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O MENTOR CHRIS CARTER
"Nós queremos ver fantasmas"
da enviada a Los Angeles
O homem por trás do fenômeno
"Arquivo X", o criador e produtor executivo Chris Carter, parece
um homem de negócios satisfeito.
Na coletiva para a imprensa estrangeira, ele pronunciou pelo
menos cinco vezes em 20 minutos
a palavra "business" (negócio),
para caracterizar a série que tornou esse ex-jornalista de surfe rico
e famoso.
"A receita é simples: você acha
dois atores interessantes para interpretar dois personagens interessantes e você dá a eles histórias
interessantes. Para ser honesto, é
uma receita impossível, porque,
além de achar esses atores, você
tem de sentar e esperar que a química entre eles funcione. Essa é a
mágica", disse.
A "mágica" ou o "bom negócio" já rendeu cinco bem-sucedidas temporadas televisivas, com
mais duas em perspectiva, um filme que superou os US$ 80 milhões
nos EUA e alguns prêmios, como
três Globos de Ouro para série
dramática e dois Emmys em 97.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista do produtor.
RISCO - "Havia um enorme risco. Se o filme fracassa, o que é uma
possibilidade a ser levada em consideração, você arrisca seu público
de TV. No caso de sucesso, que foi
o que sempre planejamos para o
filme, você tem a possibilidade de
reviver o seriado de TV, isso abre
novas oportunidades para os anos
seis e sete."
DIREÇÃO - "Eu poderia ter me
empregado como diretor, mas a
verdade é que eu só dirigi quatro
episódios da série, só quatro horas
ao todo. Rob Bowman dirigiu centenas de horas do seriado. Eu também não tinha tempo de dirigi-lo,
tinha muitas outras coisas a fazer.
Quando vi Rob trabalhar como
um louco, eu realmente fiquei
contente de ter decidido não dirigir o filme. Dirigir é uma coisa que
requer uma quantidade enorme,
não apenas de seu talento, mas de
sua histamina. Eu tinha de coordenar todo o resto do trabalho."
TELA GRANDE - "A tela grande
requer coisas que você não faria na
tela pequena. Há sequências no filme que já eu gostaria de ter feito
na televisão, mas não é possível e
então agarrei a oportunidade... E
também, uma vez que é um filme
de verão, há certos pré-requisitos
para um filme de verão, tem de ser
mesmo mais espetacular."
FANTASMAS - "Eu sou um cético. Sou mais como Scully, mais
propenso a acreditar em explicações científicas, mas de alguma
forma também sou como Mulder,
eu quero acreditar. Acho que todos nós, quando acordamos no
meio da noite, aterrorizados, nós
queremos ver um fantasma. Eu
quero muito ver um fantasma."
PRÓXIMAS TEMPORADAS -
"Neste momento, estou me preparando, se o contrato vier como
foi discutido, para assiná-lo para
as temporadas seis e sete. E eu
acredito que David (Duchovny) e
Gillian (Anderson) também têm
contratos para as duas próximas
temporadas. Imagino que duraremos, pelo menos, sete anos."
DUCHOVNY E ANDERSON -
"Nunca tive de pensar na hipótese
de fazer a série sem eles (Duchovny e Anderson), só vou pensar nisso se for forçado a tanto.
Meu trabalho já é complicado o
suficiente, eu tenho de produzir
um bom episódio por semana, isso no presente, então nem tenho
tempo de ficar pensando num futuro eventual."
CRIATIVIDADE - "Prazos fazem
milagres pela sua criatividade.
Trabalhei numa revista de surfe e
uma coisa que você aprende, trabalhando em jornalismo, é a sentar e escrever como um louco. Fazia 12 edições da revista por ano,
hoje eu "fecho" 22 episódios por
ano. Há algumas semelhanças, há
essa mesma coisa de várias pessoas trabalhando juntas para completar alguma coisa num certo
prazo."
(BIA ABRAMO)
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