DA REPORTAGEM LOCAL

"Esta obra de ficção não é um retrato histórico preciso. E a gente lá se importa? Cala a boca e aproveita o programa!" O aviso em tom de galhofa anuncia o tom da história que se verá, na seqüência, no desenho japonês "Samurai Champloo", do Cartoon Network. Da produção de Shinichiro Watanabe (o mesmo de "Cowboy Bebop"), os fãs de animes orientais podem esperar o tradicional balé de espadachins, com cadência marcada por bordoadas, juras de morte e sangue derramado.
Mas há aqui uma certa rabugice dos personagens que empresta bem-vinda verossimilhança aos diálogos (ninguém é tão polido e politicamente correto quanto pretendem os desenhos Disney, certo?). Sem papas na língua, os gaiatos Jin e Mugen (que, com a enigmática Fuu, compõem o trio de protagonistas) desafiam a autoridade do governador e, entre uma tirada e outra, vão parar no xilindró. Comparsas? Nanananã.
Eles querem mais é matar um ao outro.
Quem vai livrá-los da execução pública a qual são condenados e demovê-los das juras de morte recíprocas é a tal Fuu, empregada de uma casa de chá que, na verdade, é mais reduto de gueixas do que ponto de encontro de senhoras da sociedade. De quebra, ela ainda irá convencê-los a ajudá-la na busca de um misterioso samurai com cheiro de girassol. Boa de lábia a guria, não?