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Em uma música, Leftfield reunirá vários estilos pop
LEANDRO FORTINO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
Quando o Leftfield encerrar a
noite de hoje no Main Stage do
Free Jazz 2000, São Paulo terá recebido o único que faltava dos três
alicerces que sustentam o big beat
inglês (os outros dois são Prodigy
e Chemical Brothers), vertente
mais pop da música eletrônica,
que tem sua base formada pelas
batidas do hip hop aceleradas.
Mas não é essa definição simplista que resume a mistura bem-acabada que a dupla formada por
Neil Barnes e Paul Daley vai promover no festival de jazz. O som
deles vai além de batidas programadas em um sequenciador.
Para a turnê, que divulga o segundo álbum, "Rhythm and
Stealth", de 99, a dupla selecionou
sete faixas desse disco e quatro do
primeiro, "Leftism", de 95.
Sem intervalos entre elas, o
show traz basicamente uma única
música que engloba diferentes estilos do pop: da house ao reggae
(com auxílio do vocalista Roots
Manuvar), do tecno ao rock.
"Gostamos de sair em turnê,
mas a verdade é que somos uma
dupla de estúdio. Acabamos nos
acostumando a fazer shows, a fazer versões um pouco diferentes
das que gravamos e com a reação
da platéia", afirmou Barnes em
entrevista à Folha, pouco antes de
subir ao palco do festival V2000,
em agosto passado, na Inglaterra.
O sucesso do Leftfield
("Rhythm..." estreou direto no topo da parada britânica) ajudou a
dar cara a uma música que era
vista por muitos como artificial e
nada humana. "No começo, a
nossa música não tinha identidade conhecida. Queríamos ficar
longe das performances ao vivo.
Mas as coisas mudaram, recebemos convites para tocar em festivais e decidimos cair na estrada."
Barnes encara os shows no Brasil como um novo desafio. "Sinto
uma mudança entre os jovens de
hoje. Eles estão mais abertos a ouvir o que fazemos. Há quatro anos
não tinha tanta certeza, mas hoje
sei que há mercado para o que fazemos também no Brasil."
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