São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2000

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Em uma música, Leftfield reunirá vários estilos pop

LEANDRO FORTINO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Quando o Leftfield encerrar a noite de hoje no Main Stage do Free Jazz 2000, São Paulo terá recebido o único que faltava dos três alicerces que sustentam o big beat inglês (os outros dois são Prodigy e Chemical Brothers), vertente mais pop da música eletrônica, que tem sua base formada pelas batidas do hip hop aceleradas.
Mas não é essa definição simplista que resume a mistura bem-acabada que a dupla formada por Neil Barnes e Paul Daley vai promover no festival de jazz. O som deles vai além de batidas programadas em um sequenciador.
Para a turnê, que divulga o segundo álbum, "Rhythm and Stealth", de 99, a dupla selecionou sete faixas desse disco e quatro do primeiro, "Leftism", de 95.
Sem intervalos entre elas, o show traz basicamente uma única música que engloba diferentes estilos do pop: da house ao reggae (com auxílio do vocalista Roots Manuvar), do tecno ao rock.
"Gostamos de sair em turnê, mas a verdade é que somos uma dupla de estúdio. Acabamos nos acostumando a fazer shows, a fazer versões um pouco diferentes das que gravamos e com a reação da platéia", afirmou Barnes em entrevista à Folha, pouco antes de subir ao palco do festival V2000, em agosto passado, na Inglaterra.
O sucesso do Leftfield ("Rhythm..." estreou direto no topo da parada britânica) ajudou a dar cara a uma música que era vista por muitos como artificial e nada humana. "No começo, a nossa música não tinha identidade conhecida. Queríamos ficar longe das performances ao vivo. Mas as coisas mudaram, recebemos convites para tocar em festivais e decidimos cair na estrada."
Barnes encara os shows no Brasil como um novo desafio. "Sinto uma mudança entre os jovens de hoje. Eles estão mais abertos a ouvir o que fazemos. Há quatro anos não tinha tanta certeza, mas hoje sei que há mercado para o que fazemos também no Brasil."


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