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Shows têm sido "selvagens", afirma Jack White
COLUNISTA DA FOLHA
A seguir, a entrevista que o
guitarrista Jack White concedeu
à Folha, da Austrália.
(LR)
Folha - Depois de longo afastamento, o White Stripes voltou aos
shows em setembro. Como está
esse reinício de turnê?
Jack White - Tem sido muito
bom voltar a tocar, e os concertos estão bem intensos. Na Austrália e na Nova Zelândia estamos fazendo apresentações bem
agitadas, selvagens até. Tocamos em alguns festivais e a partir de amanhã [dia 14 último]
começamos uma série de shows
em clubes, o que eu prefiro.
Folha - E o dedo machucado?
White - Não está nada bem.
Não estou completamente recuperado e dói bastante. Quando
acaba um show, passo um tempo no gelo para ficar razoável
para a apresentação seguinte.
Folha - Como estão as vendas de
"Elephant", seu CD?
White - Ultrapassou 1 milhão
nos EUA. Está perto de 700 mil
cópias na Inglaterra. E chegamos à marca de 15 mil na Nova
Zelândia, o que é fabuloso.
Folha - O quanto você gosta de
"Elephant", comparando com os
três CDs anteriores?
White - O primeiro álbum
["White Stripes", 1999] vai ser
sempre meu favorito. A sonoridade crua dele é o que eu busco
na hora de compor. "Elephant"
está em segundo, bem perto.
Folha - A música "Seven Nation
Army" já ganhou pelo menos três
remixes. Já ouviu algum?
White - Mostraram-me um, do
DJ [britânico] Adam Freeland.
Achei muito bom. Gosto dessa
apropriação de minha música,
mas não deixo de achar engraçado saber que uma canção minha possa virar eletrônica.
Folha - E o que te atraiu para o
cinema?
White - É curioso. Os convites
foram aparecendo. Mas minha
atuação está e será sempre ligada à música. Em "Cold Mountain", do [Anthony] Minghella,
eu canto três canções no filme.
Mas logo devo me afastar do cinema. Sou ruim atuando.
Folha - Você atua no mais recente filme do Jim Jarmusch. Como é
sua parte nele?
White - Exatamente como o
nome do filme ["Coffee & Cigarettes"], nós tomamos café e fumamos cigarros num bar. E
Meg me ajuda a consertar uma
máquina de jogos eletrônicos.
Folha - Você tem produzido boa
parte das bandas de Detroit, não?
White - A cena é movimentada
e cheia de bandas boas. Eu procuro ajudar no que dá. Gosto
desse lado de produção. A última banda que produzi, que é
fantástica, é a Whirlwind Heat.
Folha - Então é verdade que a
escalação do Whirlwind Heat no
Tim Festival foi indicação sua?
White - Apenas disse que eles
eram um grande nome de banda nova para tocar. O Whirlwind Heat, ao contrário do White Stripes, não tem guitarra. Mas
dá para dizer que o baixista é um
"guitar hero". Quem for ver o
grupo não vai se arrepender.
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