São Paulo, quarta, 21 de outubro de 1998

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Yoko Ono, em Brasília, quer falar com "outros planetas"

DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília

Menos de 48 horas depois de ter pisado no Brasil pela primeira vez, a artista plástica Yoko Ono, 65, concluiu que Brasília é o palco ideal para a realização de contatos extraterrestres.
"É muito interessante o espaço aberto daqui, o céu fica mais perto das pessoas. Algo me diz que Brasília é o tipo de lugar em que, eventualmente, teremos diálogos com outros planetas", disse Yoko em entrevista à Folha. A viúva de John Lennon veio a Brasília para a abertura da exposição "Árvores do Desejo para o Brasil" -a primeira na América do Sul.
Yoko aproveitou para falar sobre o lançamento da caixa com quatro CDs de gravações inéditas de Lennon, que traz comentários e imitações que John fazia de seus ex-companheiros dos Beatles, além da primeira gravação de "Imagine", em 1971.

Folha - Após 40 anos de vida artistica, a sra. ainda fica ansiosa na véspera de uma exposição?
Yoko Ono -
Se alguém diz alguma coisa ruim sobre mim, fico magoada. Mas não me preocupo mais tanto com isso. Se me preocupasse com os críticos, teria parado de trabalhar há muito tempo. Só continuo criando porque acho que meu trabalho está diretamente conectado às pessoas, não a eles.
Folha - A sra. já foi militante do movimento feminista e da luta pela libertação do Tibete, mas ultimamente tem atuado menos...
Yoko -
Há outras maneiras de ajudar, em vez de interferir politicamente. Acho que as violações de direitos humanos devem ser combatidas pela própria sociedade em que elas acontecem. É muito perigoso pessoas de fora interferirem. A não ser que haja um pedido de ajuda da população envolvida. Quando isso acontece, muitas vezes eu ajudo.



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