São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 2005

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CRÍTICA

Disco mostra calma e capricho

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fale-se o que quiser do que vem sendo feito dentro dos limites da chamada "música brasileira", mas de uma coisa não se pode reclamar: nunca se experimentou tanto como nos últimos anos. Se na década de 90 o Brasil viu poucos focos de respiro, nos anos 00 já podemos dizer que as revoluções parecem ter surgido em velocidade sem precedentes.
"Volume Zero", estréia de Bruno Morais, impressiona pelo sossego, calma, segurança. Com ótima voz, apresenta canções maduras e um capricho de gravação raro entre iniciantes.
"Para Entrar", "Valha-me" e "O Canto da Alma Lavada" são grandes músicas surgidas de um ponto diferente do habitual: um jovem artista de Londrina, sem uma gravadora independente, sem um nome conhecido nos créditos.
Suas composições existem num imaginário idealizado, poético e prosaico, dialogando com o que conhecemos sem exagerar na reverência nem aderir a truques, confiando na qualidade de melodias, letras e imagens. Algumas bases eletrônicas pouco acrescentam, mas mostram vontade de fugir do tradicional.
A primeira música traz batida simples, importada do eletrônico downtempo, mas misturada com guitarras de black music, vibrafone e contrabaixo com clima jazz e sopros, tudo fazendo cama para um samba sossegado. Fala sobre "entrar em sua vida, invadir apartamento, invadir o seu momento, em que falas meu nome sozinha", em que ele poderia muito bem estar cantando sobre sua intenção de invadir com calma o momento da música brasileira. Potencial ele tem. (RONALDO EVANGELISTA)


Volume Zero
   
Artista: Bruno Morais
Lançamento: independente
Quanto: R$ 20, em média



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