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Crítica
"Marcha de Heróis" exprime dúvidas de Ford
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há pelo menos dois confrontos em "Marcha de Heróis"
(TC Cult, 13h15). O primeiro
diz respeito à Guerra de Secessão, com John Wayne fazendo
o comandante de um destacamento encarregado de chegar a
um ponto determinado. O outro, à oposição entre esse comandante (John Wayne) e o
médico que acompanha o batalhão (William Holden).
Talvez haja outros conflitos
envolvidos nessa história, na
verdade, e a maior parte deles
corria, naquela altura (1959),
no interior da cabeça de John
Ford, autor do filme.
Por exemplo, a oposição entre o médico e o militar exprime, neste filme, uma hesitação
de Ford quanto à maneira certa
de agir: pelas armas ou pela
humanidade.
Implícito, existe outro sentimento de dilaceração, que
Ford já carrega há alguns anos,
que diz respeito à divisão dos
EUA: pois se o norte encarna
a união nacional e os seus
ideais, o sul representa o idealismo em sua plenitude: a de
uma luta perdida por um ideal
que se crê justo.
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