São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Crítica

"Marcha de Heróis" exprime dúvidas de Ford

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há pelo menos dois confrontos em "Marcha de Heróis" (TC Cult, 13h15). O primeiro diz respeito à Guerra de Secessão, com John Wayne fazendo o comandante de um destacamento encarregado de chegar a um ponto determinado. O outro, à oposição entre esse comandante (John Wayne) e o médico que acompanha o batalhão (William Holden).
Talvez haja outros conflitos envolvidos nessa história, na verdade, e a maior parte deles corria, naquela altura (1959), no interior da cabeça de John Ford, autor do filme.
Por exemplo, a oposição entre o médico e o militar exprime, neste filme, uma hesitação de Ford quanto à maneira certa de agir: pelas armas ou pela humanidade.
Implícito, existe outro sentimento de dilaceração, que Ford já carrega há alguns anos, que diz respeito à divisão dos EUA: pois se o norte encarna a união nacional e os seus ideais, o sul representa o idealismo em sua plenitude: a de uma luta perdida por um ideal que se crê justo.


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