São Paulo, sábado, 21 de novembro de 2009

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Distribuidoras usam Lei do Audiovisual para investir

DA REPORTAGEM LOCAL

A boa fase do mercado conta com ajuda do governo federal, embora não exista linha de fomento específica para longas. No começo do ano, foi criada uma política de incentivo para animações de TV, que, de maneira indireta, equipa estúdios e estimula mão de obra especializada -o salário de um animador varia de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. Além disso, o Ministério da Cultura estuda quatro novos programas para o setor.
Um desses será uma linha de fomento para produção de três longas-metragens, informou à Folha o secretário Silvio Da-Rin, do Audiovisual. Ainda está em estudos a quantia a ser disponibilizada.
O BNDES também tem contemplado desde 2006 cerca de três filmes do gênero por ano, que competem com os de ficção. Dos 11 selecionados, apenas um ficou pronto e chegou ao circuito, "A Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo", em 2007. De fato, longas de animação levam anos para ficar prontos, o que afasta investidores. Outro problema grave, comum a filmes nacionais, é conseguir distribuição.
Ainda assim, três dos sete longas em produção já têm distribuidoras. Paris Filmes e Europa Filmes se associaram a animações brasileiras pela primeira vez -respectivamente "Nautilus" e "Lutas". Já a Fox se une pela segunda vez com um projeto do gênero, "Minhocas" -a primeira foi com o infantil "O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes", único brasileiro de 2009 e Top 5 da bilheteria nacional no primeiro semestre.
As empresas usam dinheiro público para entrar na empreitada, através do artigo terceiro da Lei do Audiovisual -imposto que seria pago pela distribuição de obras estrangeiras no país é revertido em investimento de produções locais.
"A existência desse mecanismo é crucial, as distribuidoras não investiriam em filme nacional sem ele", diz Juliana Ribas, gerente de marketing da Fox no Brasil e defensora do gênero na empresa. Ela é filha de Walbercy Ribas, diretor veterano de "Grilo Feliz", e foi quem apresentou o projeto "Minhocas" à companhia. (FE)


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