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Distribuidoras usam Lei do Audiovisual para investir
DA REPORTAGEM LOCAL
A boa fase do mercado conta
com ajuda do governo federal,
embora não exista linha de fomento específica para longas.
No começo do ano, foi criada
uma política de incentivo para
animações de TV, que, de maneira indireta, equipa estúdios
e estimula mão de obra especializada -o salário de um animador varia de R$ 2,5 mil a R$
6 mil. Além disso, o Ministério
da Cultura estuda quatro novos
programas para o setor.
Um desses será uma linha de
fomento para produção de três
longas-metragens, informou à
Folha o secretário Silvio Da-Rin, do Audiovisual. Ainda está
em estudos a quantia a ser disponibilizada.
O BNDES também tem contemplado desde 2006 cerca de
três filmes do gênero por ano,
que competem com os de ficção. Dos 11 selecionados, apenas um ficou pronto e chegou
ao circuito, "A Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo", em 2007. De fato, longas
de animação levam anos para
ficar prontos, o que afasta investidores. Outro problema
grave, comum a filmes nacionais, é conseguir distribuição.
Ainda assim, três dos sete
longas em produção já têm distribuidoras. Paris Filmes e Europa Filmes se associaram a
animações brasileiras pela primeira vez -respectivamente
"Nautilus" e "Lutas". Já a Fox
se une pela segunda vez com
um projeto do gênero, "Minhocas" -a primeira foi com o infantil "O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes", único brasileiro
de 2009 e Top 5 da bilheteria
nacional no primeiro semestre.
As empresas usam dinheiro
público para entrar na empreitada, através do artigo terceiro
da Lei do Audiovisual -imposto que seria pago pela distribuição de obras estrangeiras no
país é revertido em investimento de produções locais.
"A existência desse mecanismo é crucial, as distribuidoras
não investiriam em filme nacional sem ele", diz Juliana Ribas, gerente de marketing da
Fox no Brasil e defensora do
gênero na empresa. Ela é filha
de Walbercy Ribas, diretor veterano de "Grilo Feliz", e foi
quem apresentou o projeto
"Minhocas" à companhia.
(FE)
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