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TV/CRÍTICA
No castelinho da Casé
TELMO MARTINO
Colunista da Folha
Tratando-se de Regina Casé,
casteloa está mais do que adequado. E casteloa do Castelinho Muvuca, muito bem situado numa colina do Rio e adequadamente engradado nas
noites de sábado da TV Globo.
É a overdose semanal de caricatas. Claudia Jimenez na novela
das oito e, logo depois, a Regina
Casé com suas muviquices.
Pelo jeito, o elenco Globo foi
convidado para uma festa comemorativa do novo programa. Fernanda Montenegro estava lá talvez interpretando o
papel de uma embaixatriz.
Muita dignidade encobrindo
qualquer emoção. Tão diferente da casteloa que não quer encobrir nada. Se a frase não teve
a menor graça nunca cairá pesada no pé de alguém. Ela já é
dita com a gargalhada que lhe
dá vôo curto. Porque logo em
seguida tem mais e muito mais.
A primeira vítima foi a Angélica. Longe das crianças, ela
contou uma intimidade. Casé
quis brincar com a touca do
chuveiro; não deu certo. Ela se
esqueceu de que é diferente
com as moças louras e bonitas.
O elenco Globo é inesgotável.
A casteloa muvuquenta se lembrou de que era aniversário do
Cid Moreira e foi fazer compras
no Fashion Mall. Todo mundo
ama Regina Casé? Ela acha que
sim. Entra na loja e é aquele
constrangimento dos vendedores. Com duas borboletas
prendendo-lhes os cabelos, Regina Casé não é só casteloa. É
uma 002. Só não tem o direito
de matar. Abre a cortina da cabine de provar roupa e lá encontra dois rapazes. "Estão se
beijando aí?" "Não, estamos fugindo do programa." Mais sensatos do que sapecas.
Ao se ver refletida com Angélica em um espelho do banheiro das revelações, a casteloa se
lembrou de que precisava de
uma cozinheira. Apareceram
muitas candidatas. A casteloa
começou a imitar a mulher-traço, com perguntas do tipo "já
se apaixonou por seu patrão".
Umas se defendem com timidez. Outras se deixam seduzir
pelo interesse. Tudo para cair
no mesmo constrangimento.
Não se sabe se para defender
o castelo ou os encantos de casteloa, ela chamou um mestre de
feng shui. "Fui professor de
Mel Gibson", disse, sem se dar
conta da decadência.
Depois de ter achado uma engenhoca que distorce a voz de
quem se aproxima de um microfone, a casteloa Regina Casé
acrescentou uma página à história da televisão. Além de distorcer a voz mais solene do veículo, ainda lhe arrancou uma
entrevista. Pequena, mas primeira. A equipe técnica do programa apareceu para festejar
com a esperada avidez por uma
imagem. O domingo foi muito
repousante. Ninguém se lembrou de ligar a televisão.
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