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ARTES PLÁSTICAS
Salvador e Curitiba já não postulavam mais museu
Governo de Pernambuco desiste de Guggenheim
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
No início foram tapetes vermelhos em vários cidades. Thomas
Krens, o diretor do Museu Guggenheim, visitou o Brasil diversas
vezes e foi cortejado por prefeitos,
governadores, e até o vice-presidente, Marco Maciel. Todos interessados em ter uma filial do museu em suas capitais, de olho no
sucesso -mais econômico do
que cultural- do Guggenheim
em Bilbao, na Espanha.
Aos poucos, cada uma das quatro cidades escolhidas por Krens
(Rio, Salvador, Curitiba e Recife)
passaram a desistir do namoro. A
razão principal tem sido o caro estudo de viabilidade proposto pelo
museu, entre R$ 4 milhões e R$ 5
milhões, conforme o local.
O último a desistir, depois de
Curitiba e Salvador, foi o governo
do Estado de Pernambuco. Assessores do prefeito João Paulo (PT)
afirmam que a principal razão foi
política, para não valorizar a prefeitura petista da cidade. O governo do Estado contesta. "A questão
não é política. Achamos que gastar R$ 4 milhões apenas para realizar um estudo seria demais para
um Estado pobre", disse anteontem à Folha o secretário de Cultura de Pernambuco, Raul Henry.
"Além do mais, as regras do museu são muito parciais, só os interesses deles estão contemplados
no estudo", afirmou Henry.
Outra razão para a desistência é
a construção do complexo de Tacaruna, ruína do século 19, na divisa entre Recife e Olinda, que será transformado em centro cultural, projeto do governo do Estado.
Entre os equipamentos programados está a construção de um
museu de arte contemporânea, a
partir do acervo do marchand e
colecionador Marcantônio Vilaça, morto há dois anos.
"Nossa previsão é que sejam
gastos US$ 15 milhões para as
obras, o que inviabiliza que o Estado gaste mais em outras construções na área da cultura", disse
Henry.
O estudo de viabilidade seria
pago por uma parceria entre o governo estadual e a prefeitura do
Recife, que ainda tem esperanças
da construção do Guggenheim na
cidade.
Entretanto, segundo a assessoria da secretaria de Cultura da cidade, sem o apoio do governo estadual "será difícil entrarmos no
processo sozinhos".
Assim sobra apenas o Rio de Janeiro. O prefeito da cidade, César
Maia, anunciou no mês passado
que o contrato para o estudo de
viabilidade já havia sido assinado,
mas o Guggenheim, por meio de
sua assessoria de imprensa, afirma que o museu está ainda em
"discussões" para a assinar o contrato.
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