São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

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MÚSICA

Bandas da cena independente de SP, conhecidas por cantar em inglês, mostram novas canções em shows hoje no Hangar

Forgotten Boys e Hateen ensaiam passos em português

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Cantar em português ou inglês é assunto que vai longe no meio do rock brasileiro. Duas das bandas mais conhecidas do cenário independente, Hateen e Forgotten Boys, carregam a discussão adiante e mostram isso em show hoje no Hangar 110, em São Paulo.
Os dois grupos começaram tendo no inglês o idioma de suas letras, mas ultimamente têm dado espaço ao português. A iniciativa visa a atingir uma audiência maior, com a ajuda das rádios e da MTV, mas será que os fãs antigos entendem?
"Nosso público antes era de uma moçada mais alternativa mesmo. Alguns chiaram quando começamos a cantar em português, mas muitos fãs gostaram. Assim chegaremos a outras pessoas", diz o guitarrista e vocalista do Hateen, Rodrigo Koala.
A coisa se repetiu com o Forgotten Boys. "Teve gente que gostou, outros acharam ruim. Mas para a gente não importa muito, não. Nos shows essas músicas são bem aceitas. Quando sair o clipe, devemos sentir isso melhor", afirma Gustavo Riviera, vocalista do grupo. Ele se refere ao clipe de "Não Vou Ficar", que já foi filmado e deve estrear na TV em março.
Já com quatro discos independentes nas costas, o Hateen está gravando seu próximo álbum, ainda sem nome, que será lançado pela Arsenal Music, gravadora de Rick Bonadio, produtor também de CPM 22, Mamonas Assassinas e do rapper virtual Dogão. A distribuição será da Sony BMG.
Esse quinto lançamento, que deve chegar em fevereiro, será quase todo ele em português, com exceção de duas regravações de faixas antigas da banda. Mas Koala está acostumado a escrever no idioma -são dele sucessos como "Não Sei Viver sem Ter Você", "Um Minuto para o Fim do Mundo" e "Irreversível", gravados pelo CPM 22. "Somos amigos, então é natural [que faça canções para o outro grupo]."
Ajudou o fato de o baixista Fernando Sanches e do baterista Japinha também tocarem no CPM 22. E Bonadio passou a prestar atenção no Hateen. "Foi ele que chegou na gente, achou interessante as músicas que fiz para o CPM, afinal três músicas que ficaram entre os cinco maiores sucessos dos caras são minhas", diz Koala. "Mas nós já tínhamos pensado em lançar um álbum em português. Então o Rick ligou, e fechamos com ele."
Além de mostrar a nova cara, o show no Hangar servirá para o Hateen comemorar o lançamento do single "1997", que está sendo tocado nas rádios de São Paulo. A banda planeja ainda colocar nas lojas um DVD com imagens de dois shows ("Será um "antes e depois" da banda", brinca Koala).
Curiosamente, o Hateen é mais velho do que o CPM 22. Foi formado em 1994, na zona leste de São Paulo -enquanto o outro grupo surgiu no ano seguinte-, e tem entre seus integrantes, além de Koala, Japinha e Fernando, Fabrizio Martinelli (guitarra).
A banda sempre teve no punk e no hardcore melódico suas principais fontes de energia. "Sempre gostamos de bandas de guitarras dos anos 90, como Pixies, Dinosaur Jr., Sonic Youth, Nirvana."
Já o Forgotten Boys fazem hoje o penúltimo show deste ano, em que lançaram o elogiado álbum "Stand by the D.A.N.C.E". A última apresentação acontece na sexta, em Americana (interior de SP). "Depois, em janeiro, iniciaremos com shows em Cuiabá, interior de São Paulo e Minas", conta Riviera.


Forgotten Boys e Hateen
Quando:
hoje, a partir das 19h
Onde: Hangar 110 (r. Rodolfo Miranda, 110, Bom Retiro, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 3229-7442)
Quanto: R$ 15


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