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MÚSICA
Bandas da cena independente de SP, conhecidas por cantar em inglês, mostram novas canções em shows hoje no Hangar
Forgotten Boys e Hateen ensaiam passos em português
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Cantar em português ou inglês é
assunto que vai longe no meio do
rock brasileiro. Duas das bandas
mais conhecidas do cenário independente, Hateen e Forgotten
Boys, carregam a discussão
adiante e mostram isso em show
hoje no Hangar 110, em São Paulo.
Os dois grupos começaram tendo no inglês o idioma de suas letras, mas ultimamente têm dado
espaço ao português. A iniciativa
visa a atingir uma audiência
maior, com a ajuda das rádios e
da MTV, mas será que os fãs antigos entendem?
"Nosso público antes era de
uma moçada mais alternativa
mesmo. Alguns chiaram quando
começamos a cantar em português, mas muitos fãs gostaram.
Assim chegaremos a outras pessoas", diz o guitarrista e vocalista
do Hateen, Rodrigo Koala.
A coisa se repetiu com o Forgotten Boys. "Teve gente que gostou,
outros acharam ruim. Mas para a
gente não importa muito, não.
Nos shows essas músicas são bem
aceitas. Quando sair o clipe, devemos sentir isso melhor", afirma
Gustavo Riviera, vocalista do grupo. Ele se refere ao clipe de "Não
Vou Ficar", que já foi filmado e
deve estrear na TV em março.
Já com quatro discos independentes nas costas, o Hateen está
gravando seu próximo álbum,
ainda sem nome, que será lançado pela Arsenal Music, gravadora
de Rick Bonadio, produtor também de CPM 22, Mamonas Assassinas e do rapper virtual Dogão. A
distribuição será da Sony BMG.
Esse quinto lançamento, que
deve chegar em fevereiro, será
quase todo ele em português, com
exceção de duas regravações de
faixas antigas da banda. Mas Koala está acostumado a escrever no
idioma -são dele sucessos como
"Não Sei Viver sem Ter Você",
"Um Minuto para o Fim do Mundo" e "Irreversível", gravados pelo CPM 22. "Somos amigos, então
é natural [que faça canções para o
outro grupo]."
Ajudou o fato de o baixista Fernando Sanches e do baterista Japinha também tocarem no CPM
22. E Bonadio passou a prestar
atenção no Hateen. "Foi ele que
chegou na gente, achou interessante as músicas que fiz para o
CPM, afinal três músicas que ficaram entre os cinco maiores sucessos dos caras são minhas", diz
Koala. "Mas nós já tínhamos pensado em lançar um álbum em
português. Então o Rick ligou, e
fechamos com ele."
Além de mostrar a nova cara, o
show no Hangar servirá para o
Hateen comemorar o lançamento
do single "1997", que está sendo
tocado nas rádios de São Paulo. A
banda planeja ainda colocar nas
lojas um DVD com imagens de
dois shows ("Será um "antes e depois" da banda", brinca Koala).
Curiosamente, o Hateen é mais
velho do que o CPM 22. Foi formado em 1994, na zona leste de
São Paulo -enquanto o outro
grupo surgiu no ano seguinte-, e
tem entre seus integrantes, além
de Koala, Japinha e Fernando, Fabrizio Martinelli (guitarra).
A banda sempre teve no punk e
no hardcore melódico suas principais fontes de energia. "Sempre
gostamos de bandas de guitarras
dos anos 90, como Pixies, Dinosaur Jr., Sonic Youth, Nirvana."
Já o Forgotten Boys fazem hoje
o penúltimo show deste ano, em
que lançaram o elogiado álbum
"Stand by the D.A.N.C.E". A última apresentação acontece na sexta, em Americana (interior de SP).
"Depois, em janeiro, iniciaremos
com shows em Cuiabá, interior de
São Paulo e Minas", conta Riviera.
Forgotten Boys e Hateen
Quando: hoje, a partir das 19h
Onde: Hangar 110 (r. Rodolfo Miranda,
110, Bom Retiro, São Paulo, tel. 0/xx/11/
3229-7442)
Quanto: R$ 15
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