São Paulo, terça-feira, 21 de dezembro de 2010

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Google traça 500 anos de evolução das palavras

Programa pode checar 500 bilhões de termos

DE SÃO PAULO

Uma nova ferramenta oferecida pelo Google possibilita verificar o uso de determinadas palavras ou expressões nos últimos 500 anos.
Batizado de Books Ngram Viewer (www.ngrams.googlelabs.com), o programa tem a capacidade de executar uma busca de palavras-chaves (um ou mais termos) nos 5,2 milhões de livros já digitalizados pelo Google.
O total forma um campo de pesquisa de 500 bilhões de palavras contidas em obras publicadas entre 1500 e 2008 em inglês, francês, espanhol, alemão, chinês e russo.
O resultado da busca aparece em uma linha cronológica que exibirá a taxa de incidência da palavra buscada nos últimos cinco séculos.
Apresenta ainda um atalho para livros que têm nos títulos as palavras ou expressões procuradas.
O recurso é uma forma de identificar, de forma quantitativa, o uso da linguagem, ideias e conceitos ao longo do tempo.
Segundo os especialistas, a ferramenta abre uma nova janela na história das ciências humanas.
"O objetivo é dar a crianças de oito anos a capacidade de ver tendências culturais ao longo da história, da forma como foram registradas nos livros", diz Erez Lieberman Aiden, pesquisador da Universidade de Harvard.
Aiden e Jean-Baptiste Michel, um acadêmico com pós-doutorado de Harvard, reuniram o conjunto de informações com o Google e iniciaram um projeto de pesquisa para demonstrar o quanto as bases de dados podem transformar nossa compreensão da linguagem, da cultura e do fluxo das ideias.
Um dos exemplos apontados pelos pesquisadores envolve as palavras "women" [mulher] e "men" [homem].
Pouco mencionada em relação a "men" até o início do século 20, "women" ganha destaque com o fortalecimento do movimento feminista. No final dos anos 1990, "women" já é mais citada em livros do que "men".
Os gráficos também mostram como o cristianismo, ao longo do século 20, perdeu espaço para outras religiões.
Nem todos os acadêmicos, porém, reagiram de forma entusiasmada à ferramenta.
"Obviamente algumas das ideias são um pouco exageradas", disse Louis Menand, linguista de Harvard.


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