São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Crítica

Diretora faz "Lady Chatterley" sem badulaques

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Lady Chatterley" (TC Cult, 22h, não recomendado a menores de 16 anos) não tem hoje o peso de escândalo que teve, em outros tempos, o romance de D.H. Lawrence sobre a aristocracia inglesa, sobre a insatisfação feminina, sobre a sexualidade -enfim, sobre uma série de coisas que rimam bem com escândalo e censura.
A diretora Pascale Ferran não procurou forçar a mão e evitou o vexame pelo qual Just Jaeckin fez Sylvia Kristel passar em 1981. Jaeckin explorou até onde deu a era feminista. Ferran faz parte de um mundo em que o desejo feminino está de certa forma afirmado. Não há necessidade, portanto, de cercar Lady Chatterley de badulaques inúteis.
O que lhe basta: uma roupa no corpo e uma cabana; o branco, o verde, o cinza. São as cores, mais do que tudo, que o filme deixa na memória. Nada de jardineiro gostosão -ele é um homem como outros, faz parte da natureza, como a lady, as folhagens, o desejo. "Lady Chatterley" toma a si a tarefa de integrar tudo isso.


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