São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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TV pública banca 17 novas animações com R$ 5 milhões

TV Cultura exibe na terça os primeiros episódios; dois projetos vão virar série

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

A TV Cultura exibe, a partir de segunda-feira, o resultado da nova fase do projeto AnimaTV. Foram 257 projetos inscritos no ano passado, provenientes de 17 Estados. Dezessete deles tiveram episódios montados e começam a ir ao ar nas emissoras públicas.
Em março, dois deles serão escolhidos para virar uma série de animação. Cada produtora independente vai receber R$ 950 mil para fazer 12 episódios.
Para definir os vencedores, serão feitas uma pesquisa quantitativa pelo Ibope e outra qualitativa, com crianças e educadores. Os projetos também passarão por uma comissão julgadora, que terá a palavra final.
Os programas têm 11 minutos de duração e são voltados para o público de seis a 14 anos. Cada realizador recebeu R$ 110 mil para montar esse episódio teste. O orçamento total do AnimaTV é de R$ 5 milhões.
Na próxima segunda, vai ao ar um making of das produções. De terça a sábado, serão exibidos os pilotos (veja quadro ao lado). Ao final da proposta, serão quase oito horas de programação inédita.
Anteontem, durante a cerimônia de lançamento da segunda fase do incentivo, a presidente da Associação Brasileira de Cinema de Animação, Marta Machado, congratulou "a aproximação entre a TV e as produtoras independentes".
Paulo Markun, presidente da TV Cultura, disse que "animação é indústria". "O Brasil tem mão de obra e capacidade. O que precisa é de trabalho coordenado. Nesse tipo de indústria, o que menos deve existir é dono", afirmou, incentivando a parceria com as produtoras independentes.
Os projetos incluem diferentes tipos de animação e narrativas. O humor está sempre presente, como em "Carrapatos e Catapultas", de Almir Correia, que fala sobre insetos que se deslocam com catapultas e explodem de tanto comer. Ou em "Scratch", de Frederico Otavio Luz, em que baratas investigam crimes no estilo dos seriados investigativos americanos.
Há também personagens lúdicos como "Vivi Viravento", de Alê Abreu, que fala de uma garota em busca de um lugar imaginário criado por sua avó, e "A Princesa do Coração Gelado", de Zuleika Esteves Escobar, que tenta achar os elementos para curar seu coração.
Interessante notar que as séries não abandonam o universo atual infantojuvenil, tratando de videogames, computadores e até de uma espécie de Ben 10 em versão tupiniquim.
Quinze dos projetos não serão escolhidos para continuar. Mas terão uma vantagem para tentar uma parceria com TVs comerciais ou acordos internacionais, já que todas as produtoras tiveram de montar uma proposta comercial e desenvolver o roteiro para virar série.


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