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Documentário revê os Rolling Stones jovens
ALEXANDRE MATIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Alguém aí ainda agüenta Rolling Stones? Depois da overdose
da megacorporação multinacional gerida por Jagger e Richards a
que o Brasil foi submetido, voltar
a máquina do tempo uns 40 anos
e encontrar os atuais CEOs disfarçados de "rock stars" numa festa
particular em uma cidade européia talvez seja o antídoto perfeito
para anestesiar êxtases superlativos da passagem do grupo.
O documentário "Rolling Like a
Stone", que será exibido no Festival É Tudo Verdade (que começa
dia 23 de março), em São Paulo,
parte de um curto trecho de filme
que registrou a passagem do grupo inglês pela cidade de Malmö,
na Suécia, para reconstruir o conceito do grupo do outro lado do
espelho. Centrado ao redor de
uma festa particular da cena de
rhythm'n'blues da minúscula cidade escandinava que contou
com a presença ilustre de Mick
Jagger, Keith Richards e Brian Jones (1942-69), o filme dos diretores suecos Magnus Gertten e Stefan Barg busca alguns dos coadjuvantes daquele dia para mostrar o
que acontece com as pedras que
deixam de rolar.
Somos atirados no meio de sexagenários saudosos de seus tempos de rock'n'roll, que recordam
-uns com dor, outros com candura- dos tempos em que a sociedade poderia ser desafiada (e,
quem sabe, o mundo ser mudado) com ruído elétrico, ritmo insistente e cabelos compridos. Integrantes de bandas anônimas
(Gonks, Namelosers) e meninas
apaixonadas pelo brilho dos ingleses colocam mais uma peça no
quebra-cabeças cuja a imagem é a
atual cultura pop -uma peça
marginal, irrelevante, mas que
mostra com precisão o impacto
do rock na rotina do planeta.
Sem o áudio (a trilha sonora é
composta por faixas das bandas
citadas acima, de rock garageiro
sem sal), o documentário é musicalmente insípido -mesmo para
os fãs de carteirinha dos Stones
(sempre em segundo plano, no
filme), "Rolling Like a Stone" é, no
máximo, curioso. Lento e enfadonho, o filme vale por mostrar de
forma crua a triste realidade daqueles que sonham sonhos
alheios. Como muitos no show
histórico da praia de Copacabana.
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