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Fãs divergem sobre as atitudes do cantor
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REPORTAGEM LOCAL
O fã do U2 que foi ao Morumbi
sabe que Bono é um "nice guy", o
cara legal, mas não compra 100%
a imagem de Madre Teresa de
Calcutá que muitas vezes se confunde com o cantor.
As declarações de amor ao Brasil e a preocupação social têm
uma explicação para alguns admiradores: Bono acredita no que
faz, mas também tem consciência
de que isso agrega muitos pontos
à sua popularidade.
Na opinião de Natalia Ivanoff
dos Reis, 20, que veio de Sorocaba
(100 km de São Paulo), "com certeza ele [Bono] quer fazer uma
média", quando diz que "o U2 é
irlandês e Deus é brasileiro". Ela
concorda que, na Argentina, o vocalista irá também se desmanchar
em elogios ao país vizinho.
Romayne Lima, 18, de Belo Horizonte (MG), diz que Bono tem,
sim, um carinho especial para cada país e que nisso reside um
"marketing do bem". Sobre o fato
de o irlandês ter expressado admiração pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela conta que ficou "um pouco decepcionada",
mas acha que o cantor é fã "do homem público, não necessariamente do governo Lula".
Para Larissa Paranhos, 24, o discurso de Bono -que na década
de 80 foi muitas vezes classificado
de messiânico- tem mais o efeito de atrair a simpatia pela banda.
"É muito difícil as pessoas se engajarem [numa causa social] só
por causa das músicas ou da posição de uma artista", diz. Já o sergipano Paulo Vasconcelos conta
que quis obter mais informações
de organizações como o Greenpeace e a Anistia Internacional
depois de declarações do cantor.
Questionado se a imagem do
U2 e de Bono mudou de algum
modo sua opinião sobre temáticas sociais, Claudinei Portilho, 46,
que conhece o grupo desde os
anos 80, fez sua reflexão em duas
palavras: "Sinceramente não".
O U2 saiu às 19h25 de ontem do
hotel, na avenida Luiz Carlos Berrini, que foi fechada no sentido
Morumbi, onde cerca de 400 pessoas se aglomeraram para ver a
banda passar. Apenas o guitarrista The Edge abriu o vidro do carro
e acenou para o público.
Chegada
As primeiras horas da chegada
do público ao Morumbi foram
tranqüilas e sem registros de
ocorrências graves, segundo a Polícia Militar. O trânsito nos arredores teve pontos de congestionamento. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou
em toda a cidade 113 km de lentidão às 18h13, sendo que a média,
para o horário, é de 60 km.
Em relação ao show de segunda,
fora do estádio, a diferença esteve
mais nítida no trabalho dos cambistas, que se preocupavam mais
em comprar sobras de ingressos
do que oferecê-los.
Segundo um cambista, havia escassez de entradas ontem pois a
organização limitou a compra em
quatro unidades. Ele afirma ter
notado uma procura maior no segundo dia, "talvez pela exibição
do show na TV". Em uma "noite
muito boa", o faturamento pode
chegar a R$ 2.000, disse ele.
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