Dois homens contam os votos a portas fechadas e em local desconhecido; cerimônia de entrega será neste domingo

Envelopes serão entregues sob escolta policial no teatro Kodak no dia da premiação; executivos levam ao túmulo o segredo sobre o 2º lugar

DA "REUTERS"

A contagem dos votos do Oscar começou ontem. Até a cerimônia da entrega das estatuetas, no próximo domingo, só dois homens saberão o resultado da 79ª premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles.
Após a apuração, os envelopes com os vencedores serão entregues sob escolta policial.
Os responsáveis pela sigilosa contagem das cédulas são Brad Oltmanns e Rick Rosas, executivos da PricewaterhouseCoopers, que audita o Oscar há 73 anos. A Academia conta com mais de 5.800 membros votantes, e suas cédulas tiveram de chegar por correio à sede da empresa até a última terça.
Até amanhã, a portas fechadas e em local desconhecido, Oltmanns e Rosas trabalharão na tabulação, cerca de 15 horas por dia, com auxiliares. O processo é feito de uma maneira que o resultado final só seja conhecido pelos dois executivos.
No sábado, eles finalizam dois conjuntos idênticos com os envelopes a serem lidos na cerimônia e os trancam em cofres. Na manhã de domingo, dia da premiação, cada um segue separadamente ao local da festa, o teatro Kodak, em Hollywood, com uma pasta preta que guarda os envelopes -que, ao contrário do que reza a lenda, não é algemada ao pulso.
Os executivos são acompanhados por policiais no carro e fazem caminhos diferentes. No Kodak, os envelopes ficam sob a tutela de Oltmanns e Rosas até serem entregues às celebridades que irão abri-los diante do público e das câmeras de TV.
Além de conhecerem o resultado do Oscar antes de todos, eles são os únicos que saberão o quão acirrada foi a disputa, quem ficou em segundo, terceiro, quarto lugar etc. São informação jamais divulgadas. "Isso é algo que levamos conosco para o túmulo", disse Oltmanns.
"Eu me lembro dos vencedores de todos os cinco anos em que já realizei esse trabalho, mas pratico uma espécie de perda de memória quanto aos que ficaram em segundo, terceiro, quarto...", afirmou Rosas.


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