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TELEVISÃO
Crítica
"A Firma" enfoca organização judiciária
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Sei de advogados que não levam a sério John Grisham nem
os filmes inspirados em seus livros, como "A Firma" (TC Action, 23h55; 12 anos), por julgarem que o escritor carrega na
fantasia judiciária.
Deve ser. O fato é que "A Firma" retoma, no âmbito de um
escritório de advocacia, um dos
mais sólidos fantasmas da cultura americana: o da impossibilidade de abandonar determinada organização, uma vez
tendo aderido a ela.
A adesão sempre traz vantagens, seja a uma gangue, a um
sindicato ou até ao Partido Comunista (neste caso, a vantagem é mais imaginária, uma espécie de investimento futuro
no poder).
O fato é que o indivíduo abdica de sua liberdade em favor do
grupo, e isso é irreversível. Se
sair, será liquidado.
O modelo é recorrente. A diferença é que, aqui, o jovem
Tom Cruise (o filme é de 1993)
se beneficia dos altos salários,
mas em nenhum momento é
colocado a par dos negócios escusos que, veremos, mobilizam
o escritório. A direção é de
Sydney Pollack.
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