São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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MUDANÇA

Segundo Gil, "a vida anda, a fila anda"

DO ENVIADO AO RIO

A seguir, os principais trechos da entrevista com Gilberto Gil.

 

Folha - Os opositores a licenças mais flexíveis, como é o caso das Creative Commons, estão apenas adiando o inevitável?
Gilberto Gil -
É assim. É natural. Quando [Johannes] Gutenberg inventou a imprensa, os copistas também se revoltaram. Mas não teve jeito. Era o imperativo tecnológico que veio e varreu as coisas.

Os anti-CC argumentam que as licenças enfraquecem os direitos deles sobre a própria obra. Concorda?
É mentira. Ao contrário, [as CC] vão dar autonomia aos criadores de determinar como, quando e quais usos serão feitos de suas canções, de seus textos, de sua dramaturgia. E que consequências esses usos podem ter para quem usa e para os próprios autores.
E, vale lembrar, ninguém precisa usá-las se não quiser. As CC não são monopólio. Não está interessado em que você mesmo dê controle a suas obras? Prefere que isso se dê através de uma editora ou de uma gestão coletiva? Então fique com elas.

O que é preciso fazer para iluminar essa discussão?
A discussão precisa subir de patamar. Os opositores precisam apresentar um set de argumentos válidos. Não podem vir com conversa fiada. Quem é contra tende a ter uma reação mais emocional, típica do reativo. Esse estágio precisa passar e todos devem convergir para uma discussão de o que significam essas coisas de fato. O que significa transformar, atualizar leis, hábitos e acessos a novas condições tecnológicas. A vida anda, a fila anda. (MP)


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