São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cias. do Brasil levam Shakespeare à Olimpíada Cultural, em Londres

Galpão e Bufo Mecânica apresentarão "Romeu e Julieta" e "Ricardo 3º", respectivamente

Grupo de Minas voltará ao teatro Globe; coletivo carioca vai criar peça para evento da Royal Shakespeare Company

LUCAS NEVES
DE SÃO PAULO

Neymar, Cesar Cielo, Jade Barbosa e Maurren Maggi ainda dependem de escalações e índices para garantir vaga na delegação brasileira que vai à Olimpíada de Londres, em 2012. Quem tem passagem assegurada, por ora, são dois grupos de teatro: o Galpão, de Minas, e a Cia. Bufo Mecânica, do Rio.
Os coletivos participarão de festivais ligados à Olimpíada Cultural, maratona de exposições, shows e espetáculos de dança e teatro que se estenderá pelo Reino Unido nos meses que antecederão a disputa esportiva.
O Galpão deve reapresentar "Romeu e Julieta" no Shakespeare's Globe (reconstrução do teatro em que se apresentava a companhia do ator e dramaturgo), em Londres, 12 anos depois de causar forte impressão nos ingleses com suas pernas-de-pau, cancioneiro popular e estética que relia signos do sertão em chave barroca.
O grupo ainda aguarda acertos com os organizadores para viabilizar a reconstrução dos figurinos e adereços originais. Gabriel Villela, diretor da montagem de 1992, já aceitou comandar nova bateria de ensaios.
"O espírito é o de revisitar a obra sem intento museológico, arqueológico. Vamos fazer a festa lá, mas a ideia não é que a peça volte ao repertório", diz o ator e cofundador, Eduardo Moreira.
Além do Galpão, 37 companhias passarão pelo Globe durante um período de seis semanas, a partir de 23/4 (data em que se comemora o aniversário de Shakespeare). Pretende-se repassar todo o teatro produzido pelo escritor, sem repetir idiomas: 38 peças em 38 línguas.

RICARDO 3º
Também multilíngue será o World Shakespeare Festival, do qual participa a Cia. Bufo Mecânica, com "Duas Rosas para Ricardo 3º".
Criado há quatro anos por Fábio Ferreira (ligado a festivais de teatro e à performance) e Claudio Baltar (da Intrépida Trupe), o grupo se propõe a desenvolver uma dramaturgia espacial, em que o texto é mais um quebra-cabeças de sons e imagens do que uma bússola linear para atores e público.
A ação itinera entre interior e exterior do espaço teatral formal; fachadas e passarelas viram cenário. Performance e enredo se fundem.
"Ricardo 3º é o antípoda do homem generoso, preconizado por Maiakóvski, de que tratamos na nossa primeira peça. Ele volta à "realpolitik", personifica a falência da ideologia hoje. É um vilão adorado por seu poder de realização", diz Ferreira.
O festival será produzido pela Royal Shakespeare Company e também começa em 23/4.


Texto Anterior: João Pereira Coutinho: A arte da masturbação
Próximo Texto: FOLHA.com
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.