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Obra mantém "erros" machadianos
DA REPORTAGEM LOCAL
Cotejando cada uma das edições feitas da obra de Machado de
Assis, Djalma Cavalcante chegou
a uma nova palavra no léxico da
língua portuguesa.
"Não é um absurdo, é um "trisurdo" o que as editoras fizeram
até hoje com os textos dele."
Os "abusos" encontrados pelo
pesquisador são de diversas naturezas. O primeiro seria o de nunca
terem reunido todos os seus contos em uma mesma obra. O segundo é a falta de critérios na edição de coletâneas desses relatos.
Mas o maior, para Cavalcante, é a
modificação do texto original do
pai de "Quincas Borba".
"Você tem edições como as da
Jackson [W.M. Jackson, que publica próximo ao centenário de
nascimento de Machado, em
1939, sua "Obra Completa", em 31
volumes] em que suprimiam parágrafos inteiros, mudavam várias frases", expressa.
Os problemas teriam se mantido também na outra publicação
mais ampla machadiana, a sua
"Obra Completa" pela Aguilar
(hoje Nova Aguilar), no final dos
anos 50.
Para os seus "Contos Completos de Machado de Assis", volumes nos quais os contos são publicados em ordem cronológica,
Cavalcante resolveu cotejar linha
a linha com a última versão vista
em vida pelo escritor, mantendo
inclusive os erros de português do
bruxo do Cosme Velho.
"O autor tem o direito de errar.
Os editores não têm de mexer.
Mudar o texto de nosso principal
escritor é um crime", diz.
(CEM)
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