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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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Obra mantém "erros" machadianos

DA REPORTAGEM LOCAL

Cotejando cada uma das edições feitas da obra de Machado de Assis, Djalma Cavalcante chegou a uma nova palavra no léxico da língua portuguesa.
"Não é um absurdo, é um "trisurdo" o que as editoras fizeram até hoje com os textos dele."
Os "abusos" encontrados pelo pesquisador são de diversas naturezas. O primeiro seria o de nunca terem reunido todos os seus contos em uma mesma obra. O segundo é a falta de critérios na edição de coletâneas desses relatos. Mas o maior, para Cavalcante, é a modificação do texto original do pai de "Quincas Borba".
"Você tem edições como as da Jackson [W.M. Jackson, que publica próximo ao centenário de nascimento de Machado, em 1939, sua "Obra Completa", em 31 volumes] em que suprimiam parágrafos inteiros, mudavam várias frases", expressa.
Os problemas teriam se mantido também na outra publicação mais ampla machadiana, a sua "Obra Completa" pela Aguilar (hoje Nova Aguilar), no final dos anos 50.
Para os seus "Contos Completos de Machado de Assis", volumes nos quais os contos são publicados em ordem cronológica, Cavalcante resolveu cotejar linha a linha com a última versão vista em vida pelo escritor, mantendo inclusive os erros de português do bruxo do Cosme Velho.
"O autor tem o direito de errar. Os editores não têm de mexer. Mudar o texto de nosso principal escritor é um crime", diz.
(CEM)


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