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SAIBA MAIS
Schwarz fez o elo entre sociedade e forma literária
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao ler a obra de Machado de
Assis, o crítico Roberto
Schwarz formulou uma das
mais consistentes interpretações do Brasil. A sofisticação de
sua idéia está em relacionar a
lógica da sociedade brasileira
não simplesmente com o "conteúdo" dos livros do escritor,
mas com sua forma.
Em "Um Mestre na Periferia
do Capitalismo" (ed. 34, 256
págs., R$ 32), ele afirma que o
narrador de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", na sua volubilidade frenética, nas idas e
vindas do texto, mimetiza o
comportamento das elites locais, caracterizadas pelo vaivém incansável entre o respeito
(para uso ornamental) à ordem
burguesa e sua infração, compondo um padrão de conduta
que não se prende a nada, a não
ser aos próprios caprichos.
O que Tales Ab'Saber tenta
agora é ler, com os olhos da psicanálise, esse narrador machadiano -e, com os olhos de
Machado e de Schwarz, a própria psicanálise.
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