São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2006

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Schwarz fez o elo entre sociedade e forma literária

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao ler a obra de Machado de Assis, o crítico Roberto Schwarz formulou uma das mais consistentes interpretações do Brasil. A sofisticação de sua idéia está em relacionar a lógica da sociedade brasileira não simplesmente com o "conteúdo" dos livros do escritor, mas com sua forma.
Em "Um Mestre na Periferia do Capitalismo" (ed. 34, 256 págs., R$ 32), ele afirma que o narrador de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", na sua volubilidade frenética, nas idas e vindas do texto, mimetiza o comportamento das elites locais, caracterizadas pelo vaivém incansável entre o respeito (para uso ornamental) à ordem burguesa e sua infração, compondo um padrão de conduta que não se prende a nada, a não ser aos próprios caprichos.
O que Tales Ab'Saber tenta agora é ler, com os olhos da psicanálise, esse narrador machadiano -e, com os olhos de Machado e de Schwarz, a própria psicanálise.


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