São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005

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ERIKA PALOMINO

Terminam os lançamentos do inverno 2005, com o final do Amni Hot Spot, o evento que rolou na outra semana em Belo Horizonte. E de saldo, além de uma virose bizarra que derrubou os fashionistas que para lá foram, a saudade que o evento deixou aqui em São Paulo. O público paulistano queria muito ver os desfiles, e os estilistas queriam muito ser vistos em São Paulo. Bom, mas isso já falei aqui. Fique, então, com um guia de nomes para o mercado prestar atenção, marcas que estão vendendo e que podem proporcionar roupas modernas e cheias de personalidade a preços mais acessíveis do que os das grandes grifes. Se joga.
 

Agora, a contagem regressiva começa de novo: faltam apenas dois meses para os lançamentos de verão 2006, que começam com o Fashion Rio, de 15 a 19 de junho, confirmado no Museu de Arte Moderna. A Fenit marcou para 20 a 23 de junho. Já as datas da São Paulo Fashion Week ainda não saíram oficialmente, mas deverá ser no final do mês, dependendo ainda das datas da Bienal. E será que os fashionistas vão ter férias em julho feito gente??

Colaboraram Sergio Amaral e André do Val
@ - epalomino@folhasp.com.br

na noite ilustrada...
Hoje
No D-Edge rola Freak Chic especial com um DJ gringo, o belga Geoffrey, que fazia a seleção das coletâneas "Moving House" nos anos 90. Marcão Morcerf abre; Pareto e Renato Ratier fecham, em esquema de after. No Lov.e tem o DJ tcheco Lucca e Mau Mau no line-up. Na The Week tocam Paulinho Boghosian, Renato Lopes e Mimi. O fervido clã da SP Groove se reúne na Soul Sister (r. Mario Ferraz, 590)

Amanhã
O centrão ferve. Além da Beauty Spot, tem a festa de três anos do clube under do under Susi in Transe (av. São João, 1.956, Santa Cecília), com 30 horas de festa: começa às 6h e vai até meio-dia de domingo... Babado. No line-up tem Gláucia ++, Julião, Jerome Hill, Julian Liberator, George Actv, Márcio Zanzi, Roger Rabbit, Nisek e Grace Kelly Dum. Outros after-hours são no D-Edge e no Ultra. A The Week abre normalmente.

Domingón
Os DJs Milk e Nuts tocam na animada noite de hip hop Black Lov.e, no clube em si. No Jive (al. Barros, 376, Higienópolis) rola mais uma edição da Shapesquad, de ska, reggae e surf music.

Segundaça
Na sempre animada On the Rocks, João Gordo, residente, o querido Cacá di Gugli, a DJ Nega Nervous e o top-chef Alex Atala dão o som.

10 NOMES QUE EU ADORARIA VER AQUI
The Kills - Eu amo o disco, "No Wow". Não parei de ouvir desde que comprei e até achei o primeiro EP deles. Som sujo, forte, cheio de energia. A dupla, formada por VV-a cantora e guitarrista Alison Mosshart- mais Hotel - Jamie Hince, na guitarra, bateria e vocal- é o garage-punk da hora.

The Others - A banda inglesa que deverá ser a próxima a estourar. Ganharam status cult com seus shows improvisados em lugares inusitados, como estações de trem ou a famosa faixa de pedestres da Abbey Road. Já estão no line-up dos principais festivais do verão europeu. Pode procurar o CD: "The Others", que eu comprei solto em Londres e amei.

LCD Soundsystem - Tá, já veio, mas eu estava nos desfiles, então adoraria se alguém trouxesse de volta o James Murphy, ainda mais agora que saiu finalmente o primeiro disco, este ano.

Manhead - O projeto da dupla suíça Robi Insinna & Ralph Peter, criadora do hit "Birth, School, Work, Death", lança seu álbum semana que vem. "Manhead" (pode ser também Headman, já que ele escreve ao contrário) traz o delicioso mix que os consagrou nas pistas: disco, funk e electro em atmosfera sexy e glam. "What" é outro hit. Eles são do núcleo da Output Recordings.

Kaos - Já falei aqui dele, o DJ Dennis Kaun. O CD "Hello Stranger" é um dos discos do momento, e marcado pela diversidade de sons, ritmos, efeitos e instrumentos usados. Criativo, passeia pelo disco, funk, electro, ítalo e soul.

Scissor Sisters - O performático clã de NY arrasa no estúdio, nas pistas e nos palcos. Quem já viu o DVD "We Are Scissor Sisters And So Are You" sabe o que é um show deles. Electro-pop, folk no som, burlesco e cheio de cultura e orgulho gay, montação, ferveção, alto-astral. As músicas são divertidas: de "Confortably Numb" a "Take Your Mama Out", "Filthy & Gorgeous", "Laura"... Eles ganharam celebridade ao abrir para Elton John (perfeito, não?).

The Bravery - A nova banda sensação do rock nova-iorquino acaba de lançar seu esperadérrimo CD de estréia homônimo, provando que entendem de rock e de pistas, misturando guitarras, teclados, beats e synths. "Unconditional" e "An Honest Mistake" são os hits. Ultracool agora.

Erlend Oye - Eu sei que é difícil, mas por favor, alguém traga o cantor, produtor norueguês, famoso por seu projeto folk-eletrônico Kings of Convenience. Nas picapes, Erlend mixa faixas obscuras a covers de clássicos, que canta por cima com sua voz fofa e despretensiosa sobre bases atuais. Foi ele quem lançou o Phoenix no mundo.

The Glimmers - A dupla belga, formada por Mo Becha & David Fouquaert, é o mais novo hype do mondo DJ internacional. Acabaram de lançar o mais novo CD da série "DJ Kicks", mixado. Seu som tem rock, disco, acid-house e punk.

Bloc Party - Ícone rocker inglês deste ano. Seu álbum "Silent Alarm", de sonoridade pós-punk, é assumidamente inspirado na música de Sonic Youth, Joy Division e The Cure, sonoridade 80 e cheia de personalidade. E sabe como eles ficaram famosos? Mandando um demo pro Franz Ferdinand, que adorou o som e convidou a banda pra abrir um show deles.

BEES ARRASAM E FESTAS DECOLAM
Parece que todas as bees da cidade estavam na Toy, na última sexta-feira, no hotel Unique. A festa é animada, o povo fica pronto para tudo, tem cultura de noite, frisson e glamour. Só que, além de um incontornável problema para pegar bebidas, achei que faltou coerência musical (quem abriu foi Carlo Dall'Anese, seguido do atual top das barbies, João Neto). Uma idéia fofita: os bonés para top-toys, com os nomes escritos na aba. Cacá Ribeiro ganhou um. E o Calvin Klein, ganhou também? Aqüenda: minhas fontes saíram de lá às 8h da manhã!!!! E, se na noite mainstream todo mundo anda meio entediado, na noite gay, as coisas estão ótimas. Agora, com a Parada Gay chegando, então... Diz que quem vem para uma festa na semana do evento é o ícone Marc Almond! Babado.

JUDY E ALÊ JUNTOS
Nasce com jeitão de cult a dobradinha Judy Blame/Alexandre Herchcovitch, dentro do projeto AND, do superstylist inglês, em que ele convida designers de diversas áreas para criar com ele itens que levem as duas assinaturas. Juntos, a partir da ponte feita por Eduardo Jordão de Magalhães, criaram uma linha de dez peças (regata gigante, camiseta gigante, camiseta do avesso...). Todas com uma estampa corrida que une os símbolos de preferência de cada um: a caveira de Alê e a coroa de Judy. As peças já chegaram às lojas do estilista e, a partir do mês que vem, estarão na Colette, em Paris, e na Comme des Garçons, em Londres. Arrase antes que acabe.

EMY TRAZ REMÉDIO ANTIMONOTONIA
"É assim: todo mundo diz que está saindo pouco, que está tudo igual etc. etc. Se era por falta de motivo, então agora é hora de abrir o baú e colocar os modelos pra tomar sol." Fez sentido para você? Então se joga na nova noite Beauty Spot, de Emy Pimenta, uma das mais criativas e instigantes promoters de São Paulo hoje. A frase é dela, a criadora das famosas noites Horny Bunny e Gonna Summer. O novo projeto estréia amanhã, tendo o top Renato Lopes como parceiro e DJ residente. A idéia é fugir de propostas musicais já estabelecidas (ufa), propondo apenas "música boa, variada, sem datas e sem rótulos". "Dá para passear por vários momentos e assim não fica chato", justifica Emy, apoiada na poderosa cultura musical de Lopes. Como as outras festas dela, a Beauty Spot tem tema e dress code sugeridos para cada edição. A de amanhã é "hot kiss exuberance". A noite rola no Brahminha, na esquina da Ipiranga com a São João. E diz que a Horny Bunny ressurge também. Vai ser no novo clube Vegas, que vai inaugurar agora em maio.

"SOUND OF NY" ESTÁ EM DVD
E, por falar em saudade, tá com saudade de uma boa noite? Eu estou. Por isso, na semana passada, me joguei no DVD, em frente ao show do Rapture, ao vivo. Comprei aqui no Brasil mesmo. Chama-se somente "House of Jealous Lovers". Gravado em Nova York, com aquela atitude nem-aí deles, as vozes únicas, as roupas véias... Ah, que saudade...

SKOL BEATS: ABRIR O LEQUE OU FECHAR?
Fui para o Skol Beats esperando o pior e esperando nada. Tinha uma mínima vontade de ver o Anthony Rother e alguma curiosidade de conferir o Mylo -apesar de intuir o que iria acontecer: um som mais adequado para um lugar de 600 pessoas, e não para 60 mil. Esperei não me divertir nada e ainda me aborrecer, mas o fato de eles terem solucionado os problemas de produção de anos anteriores tornou a experiência, se não memorável, ao menos indolor. Também insípida. Problemas de line-up que já apareciam em outras edições se evidenciaram desta vez, agora à vista do grande público, incluindo ainda algumas barbeiragens nos horários de alguns DJs. Parte dos problemas do festival dizem respeito à própria crise da música eletrônica: esgotamento, previsibilidade, popularização, mudança do mundo. Um aspecto negativo recai integralmente sobre o Skol Beats: a ausência de nomes novos e de sonoridades diferentes. O evento se ressente de um leque musical mais aberto, refletindo atraso, portanto, em termos de informação. Falta correr risco, como o fazem outros festivais -daqui e do mundo. Nomes fortes, que atraiam o povão, com apostas para os buzz-makers, deve ser a fórmula. Mas, quando o nome forte é o Faithless e a aposta recai sobre o Anthony Rother, se trata de um cenário fraco. Claro, devemos sempre ter em mente que se trata de um festival de cerveja, por si um produto de massa. Mas tendo a achar que o SB 2005 subestimou a compreensão e a educação musical do público de São Paulo. Todos os DJs que aqui tocam, do mais underground ao mais mainstream, comentam justamente isso: a sensibilidade da pista (que entende e responde bem) e a maneira sempre carinhosa e alegre como reagimos ao ritmo e à música. Os aplausos demorados para seu profissionalismo deixaram Anthony Rother, por exemplo, mudo e visivelmente emocionado. No set de Mylo no palcão, outro exemplo, rolaram beijos e abraços. nos momentos fofitos, e depois pulos histéricos no final cheio de energia. Também acho que faltam humor e uma certa leveza ao festival. Sobram pompa, política e pretensão. Um elogio final fica por conta do público, mais civilizado e adulto, menos interessado no u-hu e mais ligado na música. Uma perguntinha: será que, diante dessa sexta edição, não seria a hora de diluir essa verba em eventos menores e mais focados? Muitas vezes, quando se tenta agradar a todos, se termina sem agradar a ninguém...

DJ MARLBORO REMIXA A NOVA DIVA M.I.A.
Já ouviu falar da M.I.A., né? Hype total. Conquistou até o clã do DFA e está abrindo os shows do LCD Soundsystem. E quem vai remixar uma faixa dela é o brasileiro Marlboro. "Fiquei até assustado", conta Marlboro, que em seu melhor estilo esqueceu o nome da música em questão. O que ele sabe é que serão duas versões: "Favela Funk Mix", "bem funkão mesmo", e "Electropop Funk Carioca Mix", "mais electro". E diz que está rolando até uma conversinha de o Marlboro abrir um show da M.I.A. Quem está cuidando de tudo é o DJ Diplo, namorado de M.I.A, que veio ao Brasil para ferver e para fechar essa parceria. Diplo fez um set surpresa no clubinho rocker Milo, na última quinta-feira (lembra que eu falei aqui que era o lugar certo?). Demorô, mas abalô.

conversinha

Andrucha se joga em São Paulo

Assunto não é problema quando o interlocutor é o cineasta e diretor de publicidade Andrucha Waddington. Ainda mais quando ele lança um filme. "Casa de Areia" tem Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e as participações de Seu Jorge e Luiz Melodia. O roteiro parte de uma foto (uma casa soterrada pela areia) para se tornar um épico à brasileira, filmado literalmente no meio do nada, no Maranhão. Empolgadíssimo, Andrucha esteve por aqui nesta semana, cuidando pessoalmente da pré-estréia para convidados que rola segunda, dia 25. Ele se hospedou no Emiliano, de onde comentou planos do filme, recebeu amigos e criticou os críticos...

 

Folha - O que te dá mais prazer quando você pensa no projeto "Casa de Areia"?
Andrucha Waddington -
O filme propriamente dito. Foi uma saga coletiva de cinco anos, e estou muito feliz com o que fizemos. O maior prazer é ver o filme projetado, contaminando a alma das pessoas.
Folha - Quais os momentos mais difíceis das filmagens?
Waddington -
O dia-a-dia longe de tudo, a operação de guerra que foi filmar na areia, manter a paz no set e aceitar o que a natureza nos impunha.
Folha - Como foi dirigir a cena de sexo do Seu Jorge com a Nanda?
Waddington -
É apenas uma cena de sexo, necessária para o filme. Filmamos e passou.
Folha - Como você lida com críticas?
Waddington -
Acho que um filme deve ser criticado para o bem e para o mal. Me incomodo quando a crítica não está criticando o filme, mas algo por trás dele.
Folha - Fala de seu próximo projeto, "Os Penetras". Você vai mesmo filmar "em tempo real", no Réveillon??!
Waddington -
O filme narra o encontro de Marco (Rodrigo Santoro) e Beto (Selton Mello) no Réveillon. Eles se conhecem penetrando uma festa e não se separam por quatro dias, de festa em festa, sem conseguir ir para casa. Quando o filme acaba, os dois não são mais as mesmas pessoas do início. Vamos começar a filmar no Réveillon de 2005/2006, em Copacabana.


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