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Hit na net, João Brasil mostra humor escrachado
Carioca lança CD de estréia, com faixas como "Baranga", e foi catapultado por Faustão, Marcos Mion, Maria Flor e blogs de música
BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
João Brasil é uma piada que
deu certo. De estudante de música graduado na prestigiada
Berklee College of Music
(EUA) ao palco do "Domingão
do Faustão" foram pouco mais
de cinco anos. Isso graças à ajuda dos blogs de música, outra
do apresentador Marcos Mion
e mais uma da atriz Maria Flor,
que ajudaram a espalhar as letras de humor escrachado do
cantor, como "Baranga", "Mamãe, Virei Capitalista" ou "Cobrinha Fanfarrona", reunidas
em seu álbum de estréia.
"Desde pequeno eu tento fazer uma coisa mais séria, mas
acabo achando que não está legal, que as pessoas não vão gostar", diz o carioca, que passou
por várias bandas na adolescência e cursou publicidade antes de se dedicar à música. Depois de quase cinco anos em
Berklee, voltou ao Rio, onde
montou uma produtora.
"Na época, fiz música eletroacústica, minimalista, colagens. Mas eu tocava "Baranga"
no violão e fazia o maior sucesso, a ponto de eu ir a uma roda
de violão onde não conhecia
ninguém e as pessoas estarem
cantando a música", conta. "Eu
falava: "Cara, essa música é minha". "Ah, tá bom", duvidavam."
Aí ele decidiu gravá-la.
Sua estréia na TV aconteceu
em "Mucho Macho" (MTV),
apresentado por Mion, em abril
do ano passado. "Um amigo
disse que tinha ouvido uma
música minha no programa.
Quando vi a reprise, o Mion falou que eu tinha enviado a faixa
para ele. Depois, um garoto me
escreveu contando que tinha
mandado a música para o Mion
dizendo que era eu."
A estréia em frente às câmeras, já imbuído de seu alter ego
cantor, foi tranqüila, diz. João
Brasil passou a se apresentar
em casas noturnas cariocas até
que Maria Flor, sua amiga, ligou dizendo que o levaria ao
"Domingão do Faustão", no
quadro "Pistolão", no qual celebridades apadrinham conhecidos com dotes artísticos. "Eu
pensei: "Nossa, isso está indo
longe demais. Está ficando um
pouco maior do que eu imaginava'", conta.
Com o sucesso na internet e
as aparições na TV, veio o convite de uma gravadora, no início deste ano, para a distribuição do disco, que ele compôs,
tocou, produziu e mixou sozinho. O hit virtual "Baranga"
abre o álbum. ""Baranga" não
tem uma musa inspiradora, é
mais uma sensação da época
que eu estava morando nos Estados Unidos, que é ruim de
mulher, e eu atacava qualquer
coisa", ri.
Já a romântica "Mônica
Valdvogeu" foi inspirada na
jornalista e musa do cantor
Mônica Waldvogel. "Ela me
mandou e-mail dizendo que
adorou a música." O rapper De
Leve divide letra e voz em "Mamãe, Virei Capitalista" e Maria
Flor participa de "Don't Go to
Australia" (não vá para a Austrália). Além do disco, a gravadora se interessou pelos ringtones temáticos que João Brasil
criou para gordinhas, magrelas,
baixinhas e outros tipos.
Hoje, o roupão de onça com
que ele se notabilizou em suas
apresentações foi substituído
por um terno branco, que remete aos cantores românticos.
"Está muito mais ridículo. É
uma mistura de José Augusto
com Michael Jackson."
JOÃO BRASIL - 8 HITS
Artista: João Brasil
Gravadora: Som Livre
Quanto: R$ 20, em média
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