São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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Hit na net, João Brasil mostra humor escrachado

Carioca lança CD de estréia, com faixas como "Baranga", e foi catapultado por Faustão, Marcos Mion, Maria Flor e blogs de música

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

João Brasil é uma piada que deu certo. De estudante de música graduado na prestigiada Berklee College of Music (EUA) ao palco do "Domingão do Faustão" foram pouco mais de cinco anos. Isso graças à ajuda dos blogs de música, outra do apresentador Marcos Mion e mais uma da atriz Maria Flor, que ajudaram a espalhar as letras de humor escrachado do cantor, como "Baranga", "Mamãe, Virei Capitalista" ou "Cobrinha Fanfarrona", reunidas em seu álbum de estréia.
"Desde pequeno eu tento fazer uma coisa mais séria, mas acabo achando que não está legal, que as pessoas não vão gostar", diz o carioca, que passou por várias bandas na adolescência e cursou publicidade antes de se dedicar à música. Depois de quase cinco anos em Berklee, voltou ao Rio, onde montou uma produtora.
"Na época, fiz música eletroacústica, minimalista, colagens. Mas eu tocava "Baranga" no violão e fazia o maior sucesso, a ponto de eu ir a uma roda de violão onde não conhecia ninguém e as pessoas estarem cantando a música", conta. "Eu falava: "Cara, essa música é minha". "Ah, tá bom", duvidavam." Aí ele decidiu gravá-la.
Sua estréia na TV aconteceu em "Mucho Macho" (MTV), apresentado por Mion, em abril do ano passado. "Um amigo disse que tinha ouvido uma música minha no programa.
Quando vi a reprise, o Mion falou que eu tinha enviado a faixa para ele. Depois, um garoto me escreveu contando que tinha mandado a música para o Mion dizendo que era eu."
A estréia em frente às câmeras, já imbuído de seu alter ego cantor, foi tranqüila, diz. João Brasil passou a se apresentar em casas noturnas cariocas até que Maria Flor, sua amiga, ligou dizendo que o levaria ao "Domingão do Faustão", no quadro "Pistolão", no qual celebridades apadrinham conhecidos com dotes artísticos. "Eu pensei: "Nossa, isso está indo longe demais. Está ficando um pouco maior do que eu imaginava'", conta.
Com o sucesso na internet e as aparições na TV, veio o convite de uma gravadora, no início deste ano, para a distribuição do disco, que ele compôs, tocou, produziu e mixou sozinho. O hit virtual "Baranga" abre o álbum. ""Baranga" não tem uma musa inspiradora, é mais uma sensação da época que eu estava morando nos Estados Unidos, que é ruim de mulher, e eu atacava qualquer coisa", ri.
Já a romântica "Mônica Valdvogeu" foi inspirada na jornalista e musa do cantor Mônica Waldvogel. "Ela me mandou e-mail dizendo que adorou a música." O rapper De Leve divide letra e voz em "Mamãe, Virei Capitalista" e Maria Flor participa de "Don't Go to Australia" (não vá para a Austrália). Além do disco, a gravadora se interessou pelos ringtones temáticos que João Brasil criou para gordinhas, magrelas, baixinhas e outros tipos.
Hoje, o roupão de onça com que ele se notabilizou em suas apresentações foi substituído por um terno branco, que remete aos cantores românticos. "Está muito mais ridículo. É uma mistura de José Augusto com Michael Jackson."


JOÃO BRASIL - 8 HITS
Artista:
João Brasil
Gravadora: Som Livre
Quanto: R$ 20, em média


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