Cantora baiana tem gravidez anunciada durante apresentação

AUDREY FURLANETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A garoa havia aumentado na tarde do feriado em São Paulo quando o tenor italiano Andrea Bocelli subiu ao palco montado no parque da Independência, no Ipiranga, ontem. Ele iniciou seu show gratuito às 16h10 com "La Donna È Mobile", de Verdi, depois que a orquestra que o acompanhava tocou "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini.
Após as 17 músicas previstas no repertório, o tenor deu início às cinco canções do bis, com participações de Toquinho e Ivete Sangalo. O músico brasileiro disse ter "fortes laços com a Itália" e deu início à versão "intimista" -e em italiano- de "Aquarela". A plateia se mostrou mais eufórica, no entanto, com a entrada de Sangalo, precedida pelo "anúncio-gafe" de Toquinho: ele falou sobre a gravidez que a cantora ainda não havia confirmado oficialmente.
"Ela é uma em duas. Tem um bebezinho de quatro meses na barriga: Ivete Sangalo!" A baiana entrou em seguida no palco. "Tadinho, ele não sabia que era segredo. Agora, não é mais", disse. E continuou: "Estamos num lugar que tem muitas famílias reunidas, e eu tenho certeza de que vão ficar felizes. Afinal, estou formando a minha".
Sangalo cantou "L'Appuntamento", versão de Bocelli para "Sentado à Beira do Caminho", de Roberto Carlos, e "Garota de Ipanema". O tenor encerrou solo o bis com "Con Te Partirò". Segundo a assessoria de imprensa do evento, 25 mil pessoas (capacidade do parque) foram ao show, que durou cerca de uma hora e 40 minutos.
Na área VIP, os idosos eram maioria -alguns deles, entraram após insistentes reclamações com a organização. Muitos deficientes visuais, fãs de Bocelli -o tenor perdeu a visão aos 12 anos, após levar uma bolada numa partida de futebol-, também conseguiram lugar na área em frente ao palco. "Fiquei furiosa com isso [não poder entrar na área VIP]. Reclamei muito e consegui", disse Daniele Gomes Benedicto, 22, que havia saído de casa, no Jardim Nordeste, às 10h para chegar a tempo do show.
Na primeira fileira, Margarida Spezzotto, 75, disse que sua grande expectativa eram as músicas em italiano. "Meu nonno cantava para minha nonna. É tão lindo", lembrou.
Na cadeira ao lado da reservada para o prefeito Gilberto Kassab, que ficou vazia durante o concerto, Margarida Zignatto, 80, vestia a capa de chuva para ver o que considerava "oportunidade única". "Sou fã de tenores. Em italiano, mais ainda. Dá uma nostalgia, sabe?"


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