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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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Karrin Allyson disseca o blues

EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Faz sete anos que São Paulo viu pela primeira vez uma então promissora e desconhecida vocalista de jazz chamada Karrin Allyson. Pois bem, a moça volta para a sexta edição do Diners Club Jazz Nights, no Bourbon Street.
"Espero ter crescido. Aprendi novas canções e tenho muito mais a dizer musicalmente. O que não mudou é o fato de eu ainda amar demais o que faço e o prazer de me renovar toda vez que subo no palco", diz a cantora à Folha.
Depois de fincar os pés no bebop em seus primeiros discos, ela passou, a partir do quarto, "Collage" (1996), a transitar por outros estilos, no caso o pop. Em 2001 ela releu um clássico do jazz. Da ousadia resultou a obra-prima "Ballads: Remembering John Coltrane", em que ela repassa o LP gravado pelo saxofonista em 1962.
"Sabia que era muita responsabilidade, mas eu adorava aquele disco desde a minha infância. Minha intenção foi apenas pagar um tributo ao seu legado", diz.
Agora, ela dissecou o blues e gravou "In Blue", base dos shows. "Decidi tocar o barco, mas consciente das obrigações geradas pelo nível que atingi no disco anterior. Escolhi os melhores parceiros, o que me deu confiança para explorar o repertório."
Impressionam no atual disco duas qualidades da cantora: o talento para explorar ao máximo as possibilidades interpretativas de uma voz pequenina e o domínio do "scat" (canto onomatopéico).
"Devido aos compromissos, não pratico o quanto deveria. Quando tenho tempo, pego um método de piano e estudo alguma coisa. Mas, na maior parte do tempo, ouço muita música. Acho que a audição responde por grande parte do aprendizado."
Quando veio ao Brasil pela primeira vez, a cantora era um rostinho bonito no jazz. Hoje, meninas como Diana Krall e Jane Monheit estão embelezando capas de CDs por aí. "O lado bom do surgimento delas é que hoje há mais pessoas interessadas em jazz."


KARRIN ALLYSON. Onde: Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, Moema, SP, tel. 0/xx/11/ 5095-6100). Quando: hoje (20h30 e 23h). Quanto: de R$ 45 a R$ 95.


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