São Paulo, sábado, 22 de maio de 2010

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Asiáticos contemplativos e autorais marcam mostras

DA ENVIADA A CANNES

No mercado de filmes, a Ásia é vista em cenas de kung fu, lendas e batalhas históricas.
Já nas telas da sala Debussy e do Grand Théâtre Lumiére o que se vê é uma Ásia contemplativa, com um frescor narrativo que serve de contraponto àquilo que Hollywood impôs como padrão de imagens no mundo ocidental.
As mostras competitiva e Um Certo Olhar exibiram três filmes coreanos, dois japoneses, um tailandês e dois chineses -há outros tantos nas diversas partes do festival.
Quase todos representam uma escola cinematográfica fortemente autoral e nada afeita às exigências que costuma fazer o mercado.
Exemplar dessa opção é o coreano "Poetry" (poesia), um filme que tem a poesia como tema e matéria. Suas mais de duas horas exigem do espectador um olhar paciente, um deixar-se envolver que, ao fim da sessão, tinha dividido a sala.
Absolutamente radical é "Lung Boonmee Raluek Chat" (tio Boonmee, que se lembra de vidas passadas), do elogiadíssimo diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul. Trata-se de um filme tão difícil quanto arrebatador.
Já entre os selecionados para a mostra Um Certo Olhar, fora de competição, o chinês Jia Zhangke fez um passeio pela história e cultura de seu país no documentário "Hai Shang Chuan Qi (queria saber).
De novo, os tempos longos e as quase três horas de duração impõem-se como desafio a quem quer conhecer esse cinema tão cheio de estranhezas e, ao mesmo tempo, tão bonito. (ANA PAULA SOUSA)


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