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DESFALQUE
Notas de gastos de "Monet" sumiram
MNBA pede ajuda ao cônsul da França
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
O MNBA (Museu Nacional de
Belas Artes) pediu ajuda ao cônsul
da França no Rio, Denis Delbourg,
para localizar notas que comprovariam o gasto de R$ 998.526,93
arrecadados na bilheteria e na venda de produtos durante a exposição "Monet", realizada de março a
maio de 1997.
Apesar de passados dois anos do
fim da mostra, até hoje a direção
do MNBA não prestou contas do
dinheiro, conforme revelou a Folha anteontem. Em março, auditoria dos ministérios da Fazenda e da
Cultura exigiu a apresentação de
comprovantes para os gastos.
A exposição "Monet" teve como
gestor dos recursos financeiros o
então adido cultural e vice-cônsul
francês no Rio, Romaric Sulger
Buel, e o chefe do Setor de Divisão
Cultural do consulado, Bertrand
Rigot-Muller. Oficialmente, Buel
atuou na exposição como representante do museu parisiense
Marmottan, dono do acervo exposto. Rigot-Muller foi o coordenador-geral da exposição.
Apesar de dois funcionários graduados terem participado da organização da mostra, o consulado,
como instituição do governo francês, não se envolveu com o evento.
Em 8 de março passado, o vice-presidente da Associação dos
Amigos do MNBA, Ary Ferreira de
Macedo, enviou carta ao cônsul da
França em que conta que auditoria
particular contratada pela entidade atestou a falta das notas.
Para encontrar os documentos,
Macedo pediu ao cônsul "a colaboração da equipe que, na época da
mostra, conduziu a execução dessas despesas". A equipe era formada por Buel e Rigot-Muller.
Dossiê preparado por eles informa que, "além do prestígio de ter
recebido a exposição de maior público (432.776 visitantes) na América Latina", o MNBA incorporou
a seu patrimônio diversas benfeitorias pagas pelo dinheiro dos patrocinadores e da bilheteria.
O dinheiro que sumiu da bilheteria e da loja de produtos do museu
representa 87,6% dos R$
1.128.933,07 arrecadados.
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