São Paulo, Sábado, 22 de Maio de 1999
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DESFALQUE
Notas de gastos de "Monet" sumiram
MNBA pede ajuda ao cônsul da França


SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

O MNBA (Museu Nacional de Belas Artes) pediu ajuda ao cônsul da França no Rio, Denis Delbourg, para localizar notas que comprovariam o gasto de R$ 998.526,93 arrecadados na bilheteria e na venda de produtos durante a exposição "Monet", realizada de março a maio de 1997.
Apesar de passados dois anos do fim da mostra, até hoje a direção do MNBA não prestou contas do dinheiro, conforme revelou a Folha anteontem. Em março, auditoria dos ministérios da Fazenda e da Cultura exigiu a apresentação de comprovantes para os gastos.
A exposição "Monet" teve como gestor dos recursos financeiros o então adido cultural e vice-cônsul francês no Rio, Romaric Sulger Buel, e o chefe do Setor de Divisão Cultural do consulado, Bertrand Rigot-Muller. Oficialmente, Buel atuou na exposição como representante do museu parisiense Marmottan, dono do acervo exposto. Rigot-Muller foi o coordenador-geral da exposição.
Apesar de dois funcionários graduados terem participado da organização da mostra, o consulado, como instituição do governo francês, não se envolveu com o evento.
Em 8 de março passado, o vice-presidente da Associação dos Amigos do MNBA, Ary Ferreira de Macedo, enviou carta ao cônsul da França em que conta que auditoria particular contratada pela entidade atestou a falta das notas.
Para encontrar os documentos, Macedo pediu ao cônsul "a colaboração da equipe que, na época da mostra, conduziu a execução dessas despesas". A equipe era formada por Buel e Rigot-Muller.
Dossiê preparado por eles informa que, "além do prestígio de ter recebido a exposição de maior público (432.776 visitantes) na América Latina", o MNBA incorporou a seu patrimônio diversas benfeitorias pagas pelo dinheiro dos patrocinadores e da bilheteria.
O dinheiro que sumiu da bilheteria e da loja de produtos do museu representa 87,6% dos R$ 1.128.933,07 arrecadados.



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