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Rosa Chá vem badalada e muito sexy
Marca de Amir Slama mostrou ontem peças com propostas arrojadas, resultados simpáticos e tecnologia
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
JACKSON ARAUJO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A marca de moda praia Rosa
Chá fez o desfile mais badalado de
ontem, o penúltimo dia da São
Paulo Fashion Week. A marca desenhada por Amir Slama investe
cada vez mais num estilo ultra-sexy. Naomi Campbell abriu o
desfile, num maiô laranja.
Sorridente e simpática, foi muito aplaudida pelo público. As modelos saíam do meio de um cenário carnavalesco que reproduzia
uma mulher de biquíni de pernas
abertas (meio vulgar).
Ao contrário, as peças da coleção de verão da Rosa Chá preservam sempre sua elegância, ainda
que as meninas apareçam bem
nuas. O maiô tem muitos recortes, e é maiô apenas no nome, já
que muitas vezes mostra mais do
que muito biquíni. Tanto os duas
peças quanto os de peça única são
bem cavados mesmo, puxados
para cima, nessa que deverá ser a
grande novidade da marca para a
estação. É a evolução da inversão
de formas iniciada no último verão, que trouxe interessantes resultados. Incríveis e criativos desenhos se formam nos corpos das
modelos, e tiras finas multicoloridas emprestam diversão e leveza.
A coleção inclui propostas arrojadas, como o maiô assimétrico
de Naomi Campbell, deixando
uma banda do bumbum de fora.
Mais uma vez, o exercício formal se sobrepõe à mera estamparia, que consegue resultados simpáticos nos matizes em laranja e
rosa. Em termos de tecnologia, a
Rosa Chá avança também, com
um algodão superleve, de toque
macio e aparência de shantung
(seda).
Usada por Mari Weickert, uma
regatinha em que se lia a inscrição
"Brazilian Body" dá a pista do jogo de cintura brasileiro. Pena que
o masculino não rolou, com sungas quadradonas muito altas
-ou cavadas demais.
Renato Loureiro fez uma apresentação rápida, com apenas 20
looks, num cenário de pétalas vermelhas penduradas num móbile
no meio da passarela. O desfile
começou com uma série de delicados tops de tricô, leves e transparentes de efeito musselina. A
parte de baixo é a bermuda, em
muitos dos looks.
A peça aparece também nos três
belos vestidos (que bem poderiam fechar a apresentação), especialmente o singelo patchwork
com crash de estampas.
No início da tarde, Jefferson Kulig desfilou seu novo discurso na
Fashion Week. Ele gosta sempre
de mil explicações e temas para
suas coleções, e dessa vez sugere a
"Teoria da Memética, que sustenta que as idéia têm vida própria e
reproduzem-se como material
genético", como está escrito em
sue material de divulgação. Ele
começa mais leve e otimista. Aplica grafismos, bichos, flores e pássaros elaborados em papel, plástico e telas sintéticas.
Combinadas com bermudas e
bloomers, as camisetas são mais
bacanas, muito melhor do que o
complexo conceito que o estilista
tenta sugerir por trás delas. Kulig
fecha o desfile com um bloco de
camisetas-manifesto, que trazem
frases como "Não é nada tudo está por vir", "Crítica autopromocional", "What you see is what
you see"... "Que cada um interprete à sua maneira e com a sua
cultura", declarou Kulig no
backstage após o desfile.
Não rolou a imagem da modelo
Rojane num inexplicável topless,
no fim do desfile.
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