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Filipe Catto canta o despeito e a amargura
Dono de timbre raro, ele diz que repertório é vibrante, mas não "para cortar os pulsos"
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Filipe Catto é algo raro na
música brasileira, aliás mundial: um contratenor. O timbre talvez lembre Ney Matogrosso, mas se há outra semelhança entre os cantores é o quão heterodoxos são seus
caminhos pela música.
Mais próximas do universo de Catto estão cantoras como Angela Ro Ro e Maria Bethânia, com suas canções e
interpretações apaixonadas
e dramáticas.
Gaúcho de 22 anos, morando há pouco tempo em São
Paulo, Catto se apresenta hoje acompanhado de piano,
baixo acústico e percussão
no projeto Prata da Casa do
Sesc Pompeia. No repertório,
canções do EP "Saga", lançado ano passado.
É um repertório de tango,
samba, crônicas da noite e da
boemia, crimes passionais e
emoções derramadas. São
histórias cantadas com interpretação surpreendentemente segura, considerando
a juventude de Catto.
"Já ouvi muita gente dizendo que eu deveria estar
na música pop. Mas durante
meu processo de autodescoberta percebi que o que me
tocava era aquela coisa emocionante de interpretação e
letra forte", diz ele.
Algo não muito distante
do seu conterrâneo Lupicínio
Rodrigues e a beleza de suas
canções de dor de amor. Doloroso, talvez vingativo, mas
sempre afirmativo. "Minhas
músicas não são tristes".
"Quero que sejam vibrantes, corajosas. São histórias
de despeito e amargura, mas
não para cortar os pulsos.
Gosto da música como uma
vitória."
FILIPE CATTO
QUANDO Hoje, às 21h
ONDE Sesc Pompeia (r. Clélia, 93,
tel. 0/xx/11/3871-7700)
QUANTO grátis
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