São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2005

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NAS LOJAS

Eletrônica
MINIMUM MAXIMUM
    
KRAFTWERK

O que mais dá para falar do Kraftwerk? Esses alemães iniciaram a eletrônica como a conhecemos, no final dos anos 60, e mostraram que existia alma no meio das máquinas. A banda passou boa parte dos 80 e dos 90 parada, e este disco duplo ao vivo traz o Kraftwerk durante shows nos Estados Unidos, Europa e Ásia em 2004. Toda a essência kraftwerkiana está aqui, de "Man-Machine" a "Tour de France Etape 1".
POR QUE OUVIR: O Brasil assistiu a shows do Kraftwerk por duas vezes -a última no ano passado. Quem foi sabe o que é esta banda ao vivo. Há versões definitivas de "Pocket Calculator", "Trans Europe Express" e "Autobahn". Disco primordial. (THIAGO NEY)

GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 35, em média.

Rock
CONTINENTAL COMBO
   
CONTINENTAL COMBO

Nova encarnação do extinto e auto-explicativo Momento 68, o Continental Combo estréia "oficialmente" em um disco que também é marcado por referências ao passado de líricos dias roqueiros. Levado a cabo pelo vocalista e guitarrista Sandro Garcia, um dos personagens mais atuantes do underground paulistano, o grupo visita o psicodelismo e o mod dos anos 60; quando vem ao presente, alinha-se a outros artistas saudosistas. Poderia soar como mera estagnação, mas o belo trabalho de cordas e harmonias supera a possibilidade.
POR QUE OUVIR: o Continental Combo evidencia uma pequena, porém atuante, cena brasileira de cultuadores dos anos 60 que adoram terninhos de brechós. (BRUNO YUTAKA SAITO)

GRAVADORA: Monstro Discos. QUANTO: R$ 15, em média.

Rock
eu mim meu
   
mim

Projeto da cantora e guitarrista Mariana Eva, o mim surgiu do racha da banda carioca Polux (que também gerou o Leela). Em seu primeiro disco, mantém o interesse pela tentativa de fugir do universo de reverência plena e irrestrita ao pop inglês/americano, ainda que ali e aqui ele surja com força ("Lado B" quase recria a PJ Harvey de "Who the Fuck?"). Entre letras e um imaginário sexy/sombrio, o disco cria um simpático sotaque latino e aproximações com a eletrônica.
POR QUE OUVIR: porque Eva, mais do que seu projeto, é uma artista que indica idéias promissoras, ainda não plenamente desenvolvidas (entre os produtores está o bom Jr. Tostoi). (BYS)

GRAVADORA: Lua Music. QUANTO: R$ 23 (preço sugerido).

Jazz
PLAYS GEORGE GERSHWIN
   
BILL CHARLAP

Pianista na tradição clássica do jazz americano, Bill Charlap toca na banda do importante saxofonista Phill Woods há dez anos, lidera o seu trio há oito, grava discos pela Blue Note há cinco e há três lança discos dedicados a compositores americanos. Nesse mais recente, o homenageado é George Gershwin, autor de standards. Disco tradicionalista, com repertório de compositor já gravado exaustivamente: tinha tudo para dar errado, mas talento é item raro. Acompanhado de seu trio, cria arranjos que soam simples e têm complexidade.
POR QUE OUVIR: sem invencionices e sem caretice, o disco soa como uma obra-prima esquecida da década de 50. (RONALDO EVANGELISTA)

GRAVADORA: Blue Note/EMI. QUANTO: R$ 35, em média.

Blues
JACK O" DIAMONDS: 1949 RECORDINGS
   
JOHN LEE HOOKER

Ele pode não ter sido tão popular quanto B.B. King, mas John Lee Hooker (1917-2001) certamente é um dos nomes do blues que mais admiradores teve. O guitarrista e cantor norte-americano, conhecido como o "rei do boogie", aparece aqui em gravação inédita feita em 1949. As gravações permaneceram na gaveta devido a motivos contratuais. Hooker, que morreu dormindo em sua casa, em San Francisco, foi homenageado em 1991 pelo Rock and Roll Hall of Fame.
POR QUE OUVIR: Esse álbum reúne clássicos como "How Long Blues", "Trouble in Mind" e "Jack O" Diamonds". (FABRICIO VIEIRA)

GRAVADORA: ST2 Music. QUANTO: R$ 25, em média.

MPB
UMA NOVA PAIXÃO
  
ALCIONE

Um CD de Alcione, hoje, é dois-em-um. Há o de samba, com muita batucada, composições de valor e uma boa cantora, e há o romântico-meloso, cheio de teclados estéreis, músicas banais e uma intérprete exagerada. Em "Uma Nova Paixão", as faixas de má qualidade são maioria, a começar pela que dá título ao CD, mas uma valente minoria evita que o resultado seja péssimo. Os sambões "Xequeré" e "O Samba Vai Balançar", e a homenagem a Jamelão "Pedra 90" são parte dessa minoria.
POR QUE OUVIR: o samba-canção "Causas Perdidas" mostra como Alcione poderia ser romântica sem ser rasteira. E "Corpo Fechado" evidencia que a cantora ainda tem um lado afro forte. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

GRAVADORA: Indie. QUANTO: R$ 32, em média.


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