São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Televisão

Criador de "Lost" volta imitando "Arquivo X"

"Fringe" estréia em setembro nos EUA, mas já pode ser baixado pela internet Sem data para sair no Brasil, série conta aventuras de uma agente do FBI e um cientista e recicla idéias de produções anteriores

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como a música pop, a TV rouba do passado boas idéias para serem copiadas hoje. A novidade está no modo que seus produtores usam para disfarçar que pretendem repetir fórmulas antigas.
A série de ficção científica "Fringe" estréia nos EUA no dia 9 de setembro, na Fox (por aqui ainda não se sabe). Seu piloto custou US$ 10 milhões, um primeiro episódio de duas horas e pelo menos uma dezena de cenas de ação, tudo cheirando a muito dinheiro.
Investimento assim, se verdadeiro, não estaria disponível em sites de compartilhamento de arquivos desde o início deste mês, grátis, para quem quiser baixar e assistir.
A estratégia já é conhecida, mas ajudará a colocar "Fringe" em grande parte dos lares americanos graças aos tais "netizens" (encontro besta entre as palavras "net", rede, e "citizens", cidadãos), aqueles que estão sempre on-line, baixam séries como essa e fazem o assunto girar no mundo virtual, atraindo o interesse do usuário médio e economizando milhões de dólares em divulgação.
Tudo aparentemente moderno, do produtor/roteirista/diretor J.J. Abrams, que criou a misteriosa ilha de "Lost". Nesse seu novo seriado, a ação se passa em Boston, onde uma agente do FBI, Olivia Dunham, descobre um cientista doidão em um hospício, o único que pode ajudar seu parceiro e amante a se salvar de uma arma química que consome sua pele.
Mas, no piloto de "Fringe", Abrams, sem vergonha, fez um seriado igual a "Arquivo X", que trará agentes investigando casos de telepatia, conspirações do governo, invisibilidade, teletransporte etc.
Em "Fringe", chega-se ao cúmulo de o doutor maluco aplicar na agente do FBI uma mistura de LSD e quetamina (droga anestésica conhecida como "special K") para que ela "entre" na mente de seu parceiro. Ridículo de tão absurdo.
A primeira cena, desesperadora e nojenta, dentro de um avião, é o que salva o piloto de "Fringe". Imperdível. Pena que desta vez esse vôo inicial não termine na ilha de "Lost".


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