São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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Crítica/"Reflexos da Inocência"

Nostalgia move longa de diretor de clipes

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Os anos 70 são evocados com nostalgia em "Reflexos da Inocência".
Um pequeno recorte da década, na verdade: aquele ao qual um grupo de adolescentes britânicos foi exposto em uma pequena cidade do litoral, para onde a cultura pop levava, em revistas e discos de vinil, a aura de outro mundo, mais colorido.
Joe (Daniel Craig, o novo James Bond) veio de lá. Quando o conhecemos, na primeira parte do filme, ele é hoje um bem-sucedido ator de Hollywood, caracterizado de acordo com o estereótipo: ego do tamanho de um bonde, mansão com vista para o mar, mulheres e drogas.
E, claro, solidão. A espiral autodestrutiva é interrompida, no entanto, quando recebe notícia vinda da pequena cidade onde cresceu (e da qual se mantém distante, inclusive sem visitar a família). É a senha para que um longo flashback, como costuma ocorrer nessas situações, procure explicar a origem de tanta amargura.
De volta aos 70, Joe (agora interpretado por Harry Eden) é um adolescente que descobre o amor e a sexualidade, não necessariamente juntos, no relacionamento com o melhor amigo (Max Deacon), uma garota com quem divide o gosto pela música (Felicity Jones) e uma vizinha casada (Jodhi May).
Realizador de vídeos musicais (de Björk e New Order, entre outros) e documentários ("Mirror, Mirror"), o diretor e roteirista britânico Baillie Walsh capricha na seleção de canções (de David Bowie, Roxy Music e Scott Walker) e na composição visual das seqüências-chave para celebrar uma época em drama que se dirige principalmente ao espectador que também a viveu daquela forma e talvez com aquela intensidade.


REFLEXOS DA INOCÊNCIA
Produção: Inglaterra, 2008
Direção: Baillie Walsh
Com: Daniel Craig, Harry Eden
Onde: a partir de hoje nos cines Bombril, Villa-Lobos e circuito
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos
Avaliação: regular



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