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Televisão/Crítica
Filme adota velha fórmula do cinema espanhol
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se há uma coisa incapaz de
me comover, seduzir ou entusiasmar nos filmes de Guillermo del Toro é essa mistura de
política com fábula fantástica
que se manifesta, por exemplo,
em "A Espinha do Diabo"
(TC Cult, 20h; não recomendado para menores de 18 anos),
em que, para não fugir a uma
regra que só agora o cinema espanhol começa a abandonar, as
coisas se passam na Guerra Civil (no caso, menino em orfanato tem visões estranhas).
Ao mesmo tempo, a insistência num tipo de personagem
fantástico é intrigante: são
sempre parecidos com fetos,
como se a incompletude fosse
sua marca e, em decorrência,
marca do humano. A feiúra é
uma característica dessas figuras, que evocam certos quadros
surrealistas, também feios.
Se é para ficar nesse registro,
uma opção ainda muito interessante é "Viagem Insólita"
(HBO Family, 22h30; não recomendado para menores de 14
anos), de Joe Dante. Um filme
à altura do título, já que é de
uma viagem pelo interior do
corpo humano que ali se trata.
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