São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010
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FUNK CABEÇA Humorista da MTV Marcelo Adnet vira hit no YouTube com funk cult que faz paródia do gênero e cita 40 intelectuais
ROBERTO KAZ
![]() Folha - De onde surgiu a ideia do funk erudito? Marcelo Adnet - Pensei em unir duas coisas opostas: a estética "proibidona" do funk e pensadores cujas obras estão caindo em esquecimento. Ao todo, entre composição e gravação, foram umas três horas.
![]() Você já havia esboçado essa música? Contou com a ajuda de alguém para compô-la? Tinha a ideia há muito tempo e a compus praticamente sozinho. O Rafael Queiroga deu importantes contribuições, principalmente no verso "segue sua nau", um trocadilho com uma modalidade sexual. ![]() Além de rimar com Zaratustra, que outra contribuição Xuxa deu à alta cultura? Algumas, mas, claro, o nome dela está ali para quebrar um pouco a letra e causar um incômodo. Só para colorir.
![]() A letra da música é puramente estética ou diz algo sobre a sua geração? Diz algo sobre a gente, mas não é nada objetivo. O encontro de Kant e Platão com o batidão da favela é o grande barato. Não há uma crítica pré-concebida, mas traz questionamentos. Ele pode servir de resposta a quem reclama da "falta de conteúdo" do funk. ![]() Em menos de uma semana, a música já tem quase 200 mil exibições no YouTube. Você imaginava esse sucesso? Esperava. Alguns conhecem os pensadores, outros não conhecem, mas entendem a mistura e acham graça. É de fácil entendimento. ![]() Quantos daqueles intelectuais você leu? Pouquíssimos. Falar é fácil, ler é mais difícil. Texto Anterior: Encerramento: Bienal vai fechar mais cedo hoje Próximo Texto: Folha.com Índice |
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