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MEU IAIÁ, MEU IOIÔ
Pacote tem, entre outros, graxa para simular carro enguiçado
Wando lança CD com kit de primeiros socorros pornô
LUÍS PEREZ
da Reportagem Local
Um "kit de primeiros socorros que vai dar certo". Esse é o
clima do novo CD de Wando,
"S.O.S. de Amor", que une a fórmula que revigorou os Titãs -o
ao vivo, o acústico- à regravação de sucessos do pagode
-como "Essa Tal Liberdade"
(Só Pra Contrariar) e "Toda
Mulher" (Karametade).
Tudo isso aliado a uma história de 25 anos e, como ele mesmo contabiliza, pelo menos 35
sucessos desde o estrondoso
"Moça", de 1974, que atingiu a
marca do 1,2 milhão de discos
vendidos.
O mineiro de Cajuri, que mora na Barra da Tijuca, no Rio, revela que muito de sua obra foi
realizada em São Paulo -tempos em que morou na Consolação e em um monte de outros
lugares.
O CD ao vivo inaugura nova
fase, na Indie Records, menos
de um ano após lançar "Palavras Inocentes", disco que trouxe uma certa confusão. "Acharam que eu tinha virado evangélico. Nada contra, mas não foi
isso." Motivo: a gravadora era a
Universal e a música de trabalho
se chamava "Minha Religião".
Desfeito o mal-entendido,
vem a constatação: de tanto ser
considerado brega, ele virou
cult -e é dos primeiros a brincar com isso, a começar pelo kit,
que planeja vender nos shows.
Desse kit constam calcinha,
batom, camisinha, uma lata de
catuaba selvagem (que, dizem, é
estimulante sexual), além de um
frasco com um misterioso líquido preto, com um rótulo que
diz: "Mô, o carro quebrou..."
"As mulheres são as que mais
demoram para sacar o que, no
fundo, é uma grande gozação."
Dentro do frasco, óleo queimado, desculpa para maridos que
chegam mais tarde à casa.
Politicamente incorreto,
Wando não está nem aí com a
pecha de obsceno. "Não existe
artista sem rótulo." Nas rádios,
a inédita "A Próxima Vítima" é
mais balada romântica do que
outra coisa.
Na prática ele fez, oficialmente, o que poderia entrar em um
CD do tipo "o melhor de Wando" -com "Obsceno", "Acho
Que Eu Estou Perdendo Você",
"O Que Eu Vou Dizer para o
Meu Corpo" e "Fogo e Paixão".
Depois de ter enfrentado problemas com a censura -que o
chamou para explicar o que
queria dizer "meu iaiá, meu
ioiô" de "Fogo e Paixão"-,
Wando diz que não há como se
desprender do estilo. "Músicas
muito boas nunca chegaram ao
público."
Algumas, segundo ele, tratavam de temas sociais. Parece
piada? Não, é o mesmo Wando
que leva a platéia à repetição
aparentemente ingênua do refrão: "Aquele amor que faz gostoso me deixou".
Disco: S.O.S. de Amor
Artista: Wando
Lançamento: Indie Records
Quanto: R$ 20 (em média)
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