São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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Bienal tem dia mais cheio da história

Evento literário, que reuniu 100 mil pessoas no sábado, fez sucesso com leitura de textos por atores globais

RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A 14ª Bienal do Livro do Rio, encerrada anteontem, teve o dia mais cheio e uma das noites mais vazias na história do evento no Riocentro.
Pelos números anunciados, o mercado editorial já pode se acalmar após a crise -que, segundo editores, fez cair a venda de livros no primeiro semestre.
Só mesmo o último capítulo de "Caminho das Índias", no dia 11, para deixar pavilhões às moscas. "Taí algo que não estava na nossa programação", disse Arthur Repsold, presidente do espaço, referindo-se ao efeito "are baba" sobre o público.
O dia com o maior número de visitantes foi o penúltimo do evento. A falta de sol estimulou 100 mil pessoas a visitarem a feira no sábado, 19 -o recorde anterior de pessoas em um dia (80 mil) era de 2005.
A muvuca exigiu do público dose extra de paciência e fez a organização repensar detalhes para o futuro. "Colocar a praça de autógrafos no fim de uma avenida central não foi boa ideia", admitiu Repsold, sobre a questão da circulação. O público total ficou em torno de 640 mil pessoas, como em 2007.
Houve aumento no número de pagantes e redução na visitação de escolas -resultado da reposição de aulas perdidas em agosto por causa da ameaça da gripe suína. O faturamento foi de R$ 51,5 milhões, contra R$ 43 milhões da bienal de 2007.
Visitantes reclamaram do volume do som em espaços como o Café Literário. "Vazava ruído externo. Queremos melhorar", disse Roberto Feith, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que organiza a bienal.
As leituras de atores fizeram do Livro em Cena o espaço mais concorrido. José Mayer, que leu no sábado textos de Érico Veríssimo, estava para a bienal como Chico Buarque esteve para a Flip (leia abaixo). Teve até invasão de uma pequena horda de mulheres ao palco.
À parte o sucesso inegável de mesas como as de Meg Cabot ou de visitas como a de Dado Dolabella ("Taí, queria saber que livro ele escreveu", bufou uma jovem ao ver o assédio da multidão), atrações isoladas deram show à parte. Foi o caso das Núbias -para divulgar o livro erótico "Núbia", um autor chamou sete moças de sainhas curtas para autografar exemplares- e do sósia do presidente dos EUA, que orientava as pessoas a lhe pedirem "o sorriso do Obama" antes de aceitar tirar fotos com elas.


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