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Bienal tem dia mais cheio da história
Evento literário, que reuniu 100 mil pessoas no sábado, fez sucesso com leitura de textos por atores globais
RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
A 14ª Bienal do Livro do Rio,
encerrada anteontem, teve o
dia mais cheio e uma das noites
mais vazias na história do evento no Riocentro.
Pelos números anunciados, o
mercado editorial já pode se
acalmar após a crise -que, segundo editores, fez cair a venda
de livros no primeiro semestre.
Só mesmo o último capítulo
de "Caminho das Índias", no
dia 11, para deixar pavilhões às
moscas. "Taí algo que não estava na nossa programação", disse Arthur Repsold, presidente
do espaço, referindo-se ao efeito "are baba" sobre o público.
O dia com o maior número de
visitantes foi o penúltimo do
evento. A falta de sol estimulou
100 mil pessoas a visitarem a
feira no sábado, 19 -o recorde
anterior de pessoas em um dia
(80 mil) era de 2005.
A muvuca exigiu do público
dose extra de paciência e fez a
organização repensar detalhes
para o futuro. "Colocar a praça
de autógrafos no fim de uma
avenida central não foi boa
ideia", admitiu Repsold, sobre a
questão da circulação. O público total ficou em torno de 640
mil pessoas, como em 2007.
Houve aumento no número
de pagantes e redução na visitação de escolas -resultado da
reposição de aulas perdidas em
agosto por causa da ameaça da
gripe suína. O faturamento foi
de R$ 51,5 milhões, contra R$
43 milhões da bienal de 2007.
Visitantes reclamaram do
volume do som em espaços como o Café Literário. "Vazava
ruído externo. Queremos melhorar", disse Roberto Feith, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros
(Snel), que organiza a bienal.
As leituras de atores fizeram
do Livro em Cena o espaço
mais concorrido. José Mayer,
que leu no sábado textos de Érico Veríssimo, estava para a bienal como Chico Buarque esteve
para a Flip (leia abaixo). Teve
até invasão de uma pequena
horda de mulheres ao palco.
À parte o sucesso inegável de
mesas como as de Meg Cabot
ou de visitas como a de Dado
Dolabella ("Taí, queria saber
que livro ele escreveu", bufou
uma jovem ao ver o assédio da
multidão), atrações isoladas
deram show à parte. Foi o caso
das Núbias -para divulgar o livro erótico "Núbia", um autor
chamou sete moças de sainhas
curtas para autografar exemplares- e do sósia do presidente dos EUA, que orientava as
pessoas a lhe pedirem "o sorriso do Obama" antes de aceitar
tirar fotos com elas.
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