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Grupo fala
sobre direitos
autorais
da Reportagem Local
Pronta para a briga, a banda Ira! critica a indústria fonográfica, fazendo referência a reportagem publicada
pela Folha, com críticas de
um ex-advogado da Sony e
da BMG aos procedimentos
das gravadoras em questões
como direitos autorais e jabaculê.
"A ausência de nossas músicas das rádios deve ser por
falta de jabá. Nos Estados
Unidos jabá dá cadeia, aqui é
prática corrente", começa
Edgard Scandurra.
"Na Warner (primeira
gravadora do Ira!), nos queimamos muito por ser contra
o jabá. "Lá vêm aqueles malas", eles diziam", continua
Nasi.
"E há, por outro lado, o antijabá. Quando saímos de
uma das duas gravadoras a
que pertencemos, soubemos
que um divulgador pediu
para as rádios não tocarem a
gente porque íamos sair",
diz.
Ele parte para a questão da
pirataria: "O governo fica fazendo propaganda contra
pirataria quando poderia diminuir os insumos e impostos, para baratear os CDs. Aí,
sim, se poderia falar em
combater pirataria".
Mais: "Eu gostaria de participar de uma campanha
pela numeração dos discos.
Se fossem numerados, o
combate à pirataria seria
mais simples. Aí, sim, poderia até participar de alguma
campanha contra pirataria.
A Warner lançou seis ou sete
coletâneas nossas, só invertendo a ordem das faixas. Isso é pirataria".
André Jung faz restrições
ao debate sobre direitos autorais: "Toda vez que se discute isso, vão Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton
Nascimento e Daniela Mercury ao ministro. Isso é a
realidade de quem já está
consolidado, uma vírgula
dos problemas do cenário
musical. É um debate elitista, voltado a interesses pessoais de quem vendeu 600
mil discos e acha que está
sendo roubado".
Continua: "Isso tira o foco
da situação total. A porcaria
impera porque a cultura nacional está indo para o buraco, não há educação. Hoje
não apareceria Tom Jobim
para virar símbolo do Brasil,
isso não vale mais nada".
Mais um pouco: "Conversando com os músicos de
Gilberto Gil, eles discutem
essas questões. O Gil, eloquente como é, não fala uma
palavra sobre o assunto".
Problemas pessoais do
Ira!? Fala Gaspa: "Quando
estávamos na Paradoxx, alguém disse que tínhamos
vendido "x" cópias. Pedíamos para ver os números,
diziam que não estavam autorizados a fornecer. Quando vieram os papéis, era "x"
sobre três".
Nasi continua: "Quando
falamos em auditoria, ficaram apavorados, quiseram
fazer acordo. A gente tem de
engolir o que falam, não há
prova de nada. Se houvesse
numeração, tudo seria simples".
(PAS)
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