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MÚSICA
Erol Alkan, criador da noite Trash, foi eleito o mais inovador pela revista "Muzik", superando Miss Kittin e Marky
Rock consagra DJ em premiação dance
THIAGO NEY
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ele é escalado para se apresentar
em festivais como Homelands,
Reading e Glastonbury; discotecou, no início do mês, no Electroclash, evento nova-iorquino dedicado ao electro; é presença constante em casas de Barcelona, Bruxelas, Paris, Berlim..., foi chamado de "o novo Fatboy Slim" pela
revista "The Face" e de "o cara
que está salvando os clubes ingleses" pelo semanário "New Musical Express".
O homem em questão é o DJ
Erol Alkan, e o detalhe que o torna único no meio da dance music:
ele toca rock.
Aos 28 anos, esse londrino descendente de turcos teve sua coroação na terça passada, quando
foi escolhido como "DJ mais inovador" em premiação da revista
britânica "Muzik". Ele concorria,
entre outros, com Miss Kittin, diva do electro, e Marky, o badalado
DJ brasileiro de drum'n'bass.
"Não concordo [com os elogios
da imprensa inglesa], eu realmente não quero salvar os clubes... Eu
me importo com a minha noite e
com os lugares em que toco, mas
não estou lutando uma batalha
pelos clubes em geral", disse Alkan à Folha, por e-mail, na tarde
anterior à premiação da "Muzik".
Residente da Bugged Out!, supermarca que espalha seus DJs
(Dave Clarke, John Carter...) em
noites pela Europa, Alkan luta a
sua batalha principalmente às segundas-feiras, quando acontece a
Trash, noite criada por ele há seis
anos, frequentada pelos Strokes,
Felix da Housecat e Yeah Yeah
Yeahs e sediada no The End, clube com um dos melhores sistemas
de som do continente.
Foi na Trash que Alkan popularizou o bootleg -ou bastard pop
(em que duas músicas são "sobrepostas"). Sob a alcunha Kurtis
Rush, ele criou clássicos como
"Can't Get Blue Monday Out of
My Head" (Kylie Minogue x New
Order). Foi um sopro de criatividade em meio à estagnação trance
que domina o Reino Unido.
"Mas eu parei de fazer bootlegs
em fevereiro. Acho que o melhor
já foi feito. Não me excita mais",
afirma. "Eu também recebo um
monte de coisas diretamente das
bandas, o que mantém o interesse
de sempre querer ficar atento para procurar coisas novas."
Em uma pista comandada por
Alkan, dança-se hip hop, David
Bowie, electro, house, White Stripes... E, acredite, tudo faz sentido.
Trash em CD
Um pouco do clima da noite comandada pelo DJ pode ser conferido em CD. Está sendo lançado
neste mês o álbum "Trash Companion", compilação de 12 faixas
com músicas de shows de bandas
como Moldy Peaches e The Rapture e "clássicos" do clube.
Talvez a melhor definição dada
sobre o DJ e sua importância tenha de ser em inglês: "Rock'n'roll
that you can dance to, dance music that you can rock to".
TRASH COMPANION - Coletânea
organizada pela noite Trash. Importado.
Onde encomendar: www.amazon.co.uk. Quanto: R$ 72, em média.
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