São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Geração regurgita reciclagens

DA REDAÇÃO

À parte as qualidades de "Sha Sha", Ben Kweller chama mais a atenção para o fato de ter 21 anos e abrir para o Strokes. E, nesse ponto, repete os mesmos erros e acertos da geração musical de 20 poucos anos da qual faz parte (The Hives, The Vines etc.).
Como essas bandas, ele reverencia idéias e nomes do passado e as adota como leme. Basta olharmos sua biografia para captarmos o espírito: aos oito tocava Beatles e aos 16 imitava os grunges.
Agora busca referências nem tão antigas, correndo o risco de soar datado com um som que começa a ganhar ares de velha geração (Pavement, Weezer). Ou seja, é o garoto que absorveu tudo quanto é influência, um "nerd" musical. E dá prosseguimento ao ritmo incessante da indústria do rock, que regurgita reciclagens.
Merece aplauso por usar sabiamente tal caleidoscópio musical. Surgem então pequenas surpresas e ecos de Velvet Underground ("How It Should Be (Sha Sha)"), Bob Dylan ("Family Tree"), Elton John (In Other Others") e o já citado Pavement ("Harriet's Got a Song"). Elementos novos são saudáveis para a perpetuação da espécie, mas, se o seu negócio é fechar os olhos e fingir que está em 95, eis um prato cheio. (BYS)

Sha Sha


   
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 25, em média




Texto Anterior: "Sha Sha": Ben Kweller, menino prodígio do pop, abraça a carreira solo
Próximo Texto: Música: Especiais comemoram 60 anos de Milton
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.