São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2008

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Crítica

Dimensão da guerra surge em "Pecados"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se o realizador de "Procedimento Operacional Padrão" (que passa na Mostra de São Paulo deste ano) tivesse visto -ou levado a sério- "Pecados de Guerra" (Cinemax, 18h; não indicado a menores de 18 anos) perceberia que o crime de tortura, cometido na Guerra do Iraque e em que se detém, não é o verdadeiro crime.
O crime é a guerra em si. De certa forma, o documentário recente quer até desenvolver esse ponto de vista: acima dos envolvidos na tortura está o Estado Maior e acima dele, ainda, a Casa Branca e a guerra com sua insânia.
O curioso é que tudo isso está em "Pecados de Guerra", que tem no centro um soldado que se recusa a violentar e matar uma jovem vietnamita, ao contrário de seus outros quatro companheiros. Pode parecer que "Pecados" individualiza a questão. Não é bem assim: ele apenas faz o caminho inverso, da guerra e da Casa Branca até chegar aos soldados criminosos. A questão não é apagar os pecados, é dar-lhes a dimensão devida.


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