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Crítica
Dimensão da guerra surge em "Pecados"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se o realizador de "Procedimento Operacional Padrão"
(que passa na Mostra de São
Paulo deste ano) tivesse visto
-ou levado a sério- "Pecados
de Guerra" (Cinemax, 18h;
não indicado a menores de 18
anos) perceberia que o crime
de tortura, cometido na Guerra
do Iraque e em que se detém,
não é o verdadeiro crime.
O crime é a guerra em si. De
certa forma, o documentário
recente quer até desenvolver
esse ponto de vista: acima dos
envolvidos na tortura está o
Estado Maior e acima dele, ainda, a Casa Branca e a guerra
com sua insânia.
O curioso é que tudo isso está
em "Pecados de Guerra", que
tem no centro um soldado que
se recusa a violentar e matar
uma jovem vietnamita, ao contrário de seus outros quatro
companheiros. Pode parecer
que "Pecados" individualiza a
questão. Não é bem assim: ele
apenas faz o caminho inverso,
da guerra e da Casa Branca até
chegar aos soldados criminosos. A questão não é apagar os
pecados, é dar-lhes a dimensão
devida.
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