São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Câmera de Sam Peckinpah ressalta a selvageria cultural

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não existia esse hábito, hoje frequente, de usar a câmera lenta nos filmes e nos momentos de ação. Foi Sam Peckinpah quem o tornou popular, em "Meu Ódio Será Sua Herança" (TCM, 23h45, livre).
Houve quem ficasse escandalizado, como Howard Hawks, que achou aquilo um absurdo. O que é normal: Hawks nunca, jamais, alteraria a velocidade da queda de um homem ao morrer. Câmera à altura do homem. Câmera na velocidade do homem.
Para Peckinpah, neste filme em que se defrontam assaltantes e policiais, em que a atmosfera é de degenerescência, em que o Velho Oeste, no mais, vive seus estertores, para Peckinpah a história era outra. Mostrar o homem que cai baleado significava dar toda ênfase à violência, à selvageria cultural de um mundo regido pelos revólveres e similares. Um novo faroeste para um novo mundo.

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