|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA DOCUMENTÁRIO
Produção sobre genocídio explora reconstrução psíquica
MORRIS KACHANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Só o título do documentário "Meu Mundo Acabou em
Ruanda" já explica a que
veio. Quatro jovens que de
uma maneira ou de outra sobreviveram ao massacre que
contabilizou 1 milhão de
mortes no espaço de cem
dias, em 1994, tentam reconstruir suas vidas.
Mas como fazê-lo, se a seu
lado convivem os responsáveis pela série de assassinatos e estupros em massa?
A jovem diretora alemã
Katharina von Schroeder, de
31 anos, colaboradora da
BBC, busca alguma resposta.
Histórias de horror não faltam. Para ficarmos em apenas uma, caveiras das vítimas eram utilizadas como sinais de trânsito.
Além disso, o filme traz incontáveis contradições. Como, por exemplo, a consciência do agressor de que matando uma pessoa a mais ou
a menos não resolveria o
conflito. Ou o pensamento de
que "se você está vivo, é porque matou os outros".
A ideia original é mostrar o
dia a dia dos entrevistados e
assim esboçar o que seria o
universo psíquico e social da
população sobrevivente.
Por isso talvez o repertório
de imagens não seja dos mais
ricos, no geral captando o depoimento dos personagens
em situações corriqueiras.
O filme "Hotel Ruanda"
(2004) continua sendo o melhor retrato do que foi o genocídio. Mas "Meu Mundo Acabou em Ruanda" trata de um
tema subsequente -e tem
seu mérito. Se não encerra o
assunto nem traz uma tese
esclarecedora sobre o difícil
convívio entre vítimas e algozes, ao menos toca na ferida.
MEU MUNDO ACABOU EM
RUANDA
DIREÇÃO Katharina von Schroeder
QUANDO hoje, às 19h50, no
Espaço Unibanco; amanhã, às
17h50, no Cinema Sabesp; terça
(26), às 13h30, no Cinesesc; e
sexta (29), às 13h, no Reserva
Cultural
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO regular
Texto Anterior: Crítica/Drama: Com diferentes visões, "Fora da Lei" expõe marcas deixadas pelas guerras Próximo Texto: FOLHA.com Índice | Comunicar Erros
|