São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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cinema

CRÍTICA DRAMA

"O Solteirão" é surpreendente visão hollywoodiana do fracasso

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Para começo de conversa: "O Solteirão" é um dos títulos mais enganadores e traiçoeiros dos últimos tempos. Dá a impressão de que o filme é uma comédia leve sobre um bonachão descasado.
Quem for ao cinema esperando altas gargalhadas vai se arrepender. O filme é um drama melancólico com toques de humor "dark". E muito bom. Para lhe fazer justiça, só a tradução literal do título em inglês, "Solitary Man": "Homem Solitário".
Temos aqui um caso raro em Hollywood: a história de um perdedor. E Hollywood, sabemos, não liga para os fracassados, a menos que seja para usá-los como ponto de partida para alguma história inspiradora sobre superação pessoal e mudança.
Não é o caso. O que mais surpreende é perceber que não há lição de moral ou proselitismo nesse relato da vida de um sujeito que teve tudo e conseguiu perder tudo.
Michael Douglas faz o sessentão Ben Kalmen, um ex-magnata do comércio de automóveis que se arruinou ao tentar um golpe financeiro.
Kalmen foi pego, preso e gastou toda a sua fortuna em acordos com a Justiça. Para piorar, seu casamento acabou e agora ele passa as noites caçando mulheres que poderiam ser suas netas.
Kalmen é um homem triste. Tem problemas com a filha, de quem depende financeiramente, mas é orgulhoso demais para assumir que está arruinado e tentar recomeçar do zero. Enfim, um personagem fora do padrão do cinema comercial moderno. E, por isso mesmo, surpreendente.

O SOLTEIRÃO

DIREÇÃO Brian Koppelman e David Levien
PRODUÇÃO EUA, 2009
COM Michael Douglas, Susan Sarandon e Danny DeVito
ONDE nos cines Bristol, Espaço Unibanco Pompeia, Kinoplex Vila Olímpia e circuito
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO bom


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