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CINEMA MÓVEL
Sala de exibição itinerante estréia com espectadores de primeira viagem e promessa de nova temporada
Cine Tela Brasil faz sua primeira sessão em Jundiaí
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não era fim de semana, tampouco férias. Mesmo assim, na
tarde da última sexta-feira Jundiaí
virou uma festa para um grupo de
crianças com idade entre seis e sete anos do bairro Colônia, na periferia da cidade. Elas fizeram parte
do público do primeiro dia de sessões do Cine Tela Brasil, sala de
exibição itinerante sonhada e projetada pelos cineastas Laís Bodanzky e Luís Bolognesi, e viabilizada graças aos R$ 704 mil obtidos com a lei Rouanet, do patrocínio da CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias).
Com capacidade para 225 lugares, ar condicionado e projetor de
cinema "de verdade", como explica Bolognesi, a sala deve percorrer
5.000 km do sistema de rodovias
Anhangüera-Bandeirantes e parar em 25 cidades paulistas até
maio de 2005. Uma nova temporada pela Nova Dutra (Rio-São
Paulo) já está confirmada para o
segundo semestre do próximo
ano. Jundiaí é, então, apenas o
ponto de partida.
Na cidade, depois de muita chuva e 15 minutos de atraso, a sessão
começou. Do lado de fora era possível ouvir alguma coisa do filme
"Castelo Rá-Tim-Bum" e muitas
risadas das crianças. Beatriz Marques Moreira, 7, era dona de uma
das gargalhadas. "Achei o filme
muito engraçado", disse, em sua
primeira sessão de cinema. Beatriz, que fez aniversário no dia seguinte da exibição do filme, já sabia o que ia pedir de presente:
"Quero ir ao cinema outra vez".
Na fila para a próxima sessão,
de "Lisbela e o Prisioneiro", famílias esperavam ansiosas para pisar
no tapete vermelho e entrar na
tenda do cinema. O estudante
Carlos Henrique de Oliveira, 24, e
a diarista Marinalva da Silva, 32,
apesar do gosto por filmes de suspense, estavam animados sobre a
sessão. "Eu gosto do Selton Mello", disse Oliveira. Marinalva estava contente porque o filme sairia de graça: "Acho cinema caro".
Katherine, 9, e Milena, 4, filhas
de Marinalva, nunca tinham ido a
uma sala de projeção. "Acho que
vai ser bom hoje. Deve ter uma tela bem grande e um monte de cadeiras", disse a mais velha.
Sala cheia, luzes apagadas, muito barulho. Enquanto Maria Luisa
Mendonça pedia, no trailler, silêncio na hora da sessão, os gritos
e gargalhadas não cessavam. Um,
três, cinco, dez minutos de projeção e, finalmente, ele, o silêncio,
chegou. A paz reinou por mais de
cem minutos de projeção, enquanto olhos arregalados focavam a tela quase sem piscar.
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