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Brasileiros não
surpreendem
do enviado a Porto Alegre
A participação brasileira deixou
a desejar na bienal. Exceção feita à
obra de artistas como Tunga, Regina Silveira, Nelson Felix e Marco Gianotti, a mostra pouco oferece de entusiasmante.
Arthur Omar, por exemplo, dilui a força de sua série "Antropologia da Face Gloriosa" ao apresentar um redundante painel de
retratos coloridos como uma releitura de "Guernica".
Já o pernambucano Flávio
Emanuel se viu prejudicado não
pela qualidade de seu trabalho, a
instalação "Teleguiados", mas pela maneira descontextualizada
com que alguns de seus fragmentos foram apresentados.
As boas surpresas do evento estão por conta de Arnaldo Antunes, que apresenta a escultura
"Infinitozinho", formada pelas letras da palavra empilhadas, uma
bela idéia para uma poética escultura pública. Parece até uma versão contemporânea da escultura
"Coluna sem Fim", de Brancusi.
Sandra Cinto também avança
em suas pesquisas ao apresentar o
ambiente "A Tentativa do Impossível". Nela, Cinto abdica do desenho e opta por montagens fotográficas em que intercala imagens
de seu corpo com imagens de móveis e objetos. Lúcia Koch também cativa com um ambiente, "O
Gabinete", em que utiliza a incidência da luz do sol sobre vidros
coloridos para criar uma sala em
que cor e luz se apresentam em
constante transformação.
A surpresa maior é o baiano
Marepe, que abdicou da revisitação à tradição popular de seu Estado para criar uma surreal instalação com calhas de ferro.
(CF)
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