São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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CINEMA
O produtor/diretor Guilherme Fontes tem que enviar cópia do filme para o ministério; prazo pode ser estendido
MinC quer "Chatô" pronto amanhã

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio


O produtor e diretor Guilherme Fontes tem prazo até amanhã para entregar uma cópia de "Chatô, o Rei do Brasil" para o MinC (Ministério da Cultura).
Esse prazo, no entanto, pode ser ampliado "em mais uns 20 ou 30 dias", de acordo com o secretário nacional de Audiovisual do MinC, José Álvaro Moisés, caso Fontes faça uma solicitação ao ministério explicando seus motivos para o atraso.
"Ele tem dois dias de prazo, mas as coisas não são assim, com essa rigidez. Não estamos na revolução francesa, cortando cabeças. Ele pode mandar uma carta dizendo que está mandando uma cópia em 20 dias", disse Moisés à Folha. De acordo com o secretário nacional, caso Guilherme Fontes não apresente uma cópia ou uma justificativa, "o MinC vai cobrar uma explicação".
A Folha apurou que o produtor e diretor decidiu preparar uma primeira versão de "Chatô, o Rei do Brasil" para entregar ao MinC.
Para essa versão usou o material já filmado -estimado em 80% do que havia sido previsto. Por isso, teria feito algumas alterações no roteiro para que a trama fizesse sentido.
A cópia que deverá ser encaminhada ao MinC -ainda sem data definida- não foi sonorizada nem mixada. Com a apresentação da primeira versão, Fontes pretende conseguir uma ampliação do prazo para concluir o filme.

Prestação de contas
De acordo com o secretário nacional de Audiovisual, o MinC e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários, responsável pela fiscalização do mercado de capitais, onde são negociados os certificados da lei do audiovisual) pediram uma prestação de contas parcial a Guilherme Fontes.
"A CVM deu a Guilherme uma carta dizendo que está tudo ok. No MinC ainda estamos em processo de análise, mas até agora não vimos nenhuma irregularidade", disse José Álvaro Moisés.
Fontes conseguiu captar em torno de R$ 8 milhões para a realização de "Chatô, o Rei do Brasil". O filme havia conseguido autorização do MinC para captar pouco mais de R$ 12 milhões -o mais alto valor já autorizado pelo Ministério para um único filme.
O diretor interrompeu as filmagens de "Chatô" em maio, depois de ter gasto R$ 7,5 milhões. Dois meses depois, conseguiu mais R$ 500 mil de um de seus patrocinadores e retomou as filmagens no final de julho. Poucas semanas depois houve nova paralisação.
Fontes procurou investidores dizendo que precisava de mais R$ 1,6 milhão para concluir o filme. Não conseguiu.
Desde o início de maio, quando houve a primeira interrupção nas filmagens, a Folha procura Guilherme Fontes para uma entrevista. Nenhum dos recados deixados em sua produtora, sua casa ou seu telefone celular foi respondido.


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