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CINEMA
O produtor/diretor Guilherme Fontes tem que enviar cópia do filme para o ministério; prazo pode ser estendido
MinC quer "Chatô" pronto amanhã
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
O produtor e diretor Guilherme
Fontes tem prazo até amanhã para entregar uma cópia de "Chatô,
o Rei do Brasil" para o MinC (Ministério da Cultura).
Esse prazo, no entanto, pode ser
ampliado "em mais uns 20 ou 30
dias", de acordo com o secretário
nacional de Audiovisual do
MinC, José Álvaro Moisés, caso
Fontes faça uma solicitação ao
ministério explicando seus motivos para o atraso.
"Ele tem dois dias de prazo, mas
as coisas não são assim, com essa
rigidez. Não estamos na revolução francesa, cortando cabeças.
Ele pode mandar uma carta dizendo que está mandando uma
cópia em 20 dias", disse Moisés à
Folha. De acordo com o secretário nacional, caso Guilherme Fontes não apresente uma cópia ou
uma justificativa, "o MinC vai cobrar uma explicação".
A Folha apurou que o produtor
e diretor decidiu preparar uma
primeira versão de "Chatô, o Rei
do Brasil" para entregar ao MinC.
Para essa versão usou o material
já filmado -estimado em 80%
do que havia sido previsto. Por isso, teria feito algumas alterações
no roteiro para que a trama fizesse sentido.
A cópia que deverá ser encaminhada ao MinC -ainda sem data
definida- não foi sonorizada
nem mixada. Com a apresentação
da primeira versão, Fontes pretende conseguir uma ampliação
do prazo para concluir o filme.
Prestação de contas
De acordo com o secretário nacional de Audiovisual, o MinC e a
CVM (Comissão de Valores Mobiliários, responsável pela fiscalização do mercado de capitais, onde são negociados os certificados
da lei do audiovisual) pediram
uma prestação de contas parcial a
Guilherme Fontes.
"A CVM deu a Guilherme uma
carta dizendo que está tudo ok.
No MinC ainda estamos em processo de análise, mas até agora
não vimos nenhuma irregularidade", disse José Álvaro Moisés.
Fontes conseguiu captar em torno de R$ 8 milhões para a realização de "Chatô, o Rei do Brasil". O
filme havia conseguido autorização do MinC para captar pouco
mais de R$ 12 milhões -o mais
alto valor já autorizado pelo Ministério para um único filme.
O diretor interrompeu as filmagens de "Chatô" em maio, depois
de ter gasto R$ 7,5 milhões. Dois
meses depois, conseguiu mais R$
500 mil de um de seus patrocinadores e retomou as filmagens no
final de julho. Poucas semanas
depois houve nova paralisação.
Fontes procurou investidores
dizendo que precisava de mais R$
1,6 milhão para concluir o filme.
Não conseguiu.
Desde o início de maio, quando
houve a primeira interrupção nas
filmagens, a Folha procura Guilherme Fontes para uma entrevista. Nenhum dos recados deixados
em sua produtora, sua casa ou seu
telefone celular foi respondido.
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