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ESPECIAL
"Retratos" mostra o Plínio Marcos do cinema
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Adaptações cinematográficas
de peças de Plínio Marcos (1935-99) ganham foco no "Retratos
Brasileiros", o programa de documentários biográficos do Canal
Brasil. Hoje, às 10h30, será reprisada a edição dedicada ao dramaturgo santista.
Trata-se de panorama oportuno, que compreende duas obras-primas de Plínio, "Navalha na
Carne" (1969) e "Dois Perdidos
Numa Noite Suja" (70) -histórias que se passam em cenários
claustrofóbicos, com personagens marginalizados-, ambas
pelo cineasta Braz Chediak, e a última versão de "Dois Perdidos"
(2002), por José Joffily, que transpôs a ação dos "muquifos" de
uma cidade brasileira para Nova
York e transformou o personagem Paco numa mulher.
"Ele está à frente das ciências sociais", afirma Joffily sobre o dramaturgo que "deu rosto aos excluídos urbanos".
Chediak, por sua vez, recorda
que foi obrigado a cortar falas do
roteiro, a mando da censura do
regime militar, mas não deu barato: reescreveu os devidos trechos e
imprimiu "um tom a mais" nas
falas, de modo que dissonâncias e
estranhamentos fossem notados
pelo espectador.
O programa exibe cenas memoráveis, como as da atriz Glauce
Rocha no papel da prostituta
Neusa Suely, a primeira vez que
"Navalha" foi ao cinema.
Há muito mais a ser retratado
em três décadas e pouco. O diretor Antônio Carlos Fontoura fala
do argumento que dividiu com
Plínio em "A Rainha Diaba" (74),
inspirado num homossexual que
comandava um bando de traficantes em Santos.
Subsídios teóricos sobre a linguagem realista das peças cabem
ao crítico teatral Macksen Luiz,
enquanto o pesquisador Hernani
Heffner contextualiza adaptações
para o cinema que foram fiéis, ou
não, à falta de cinismo, à queda de
máscaras, à radicalização de atitudes, enfim, à essência da dramaturgia e da prosa plinianas.
Interessados em saber mais sobre Plínio Marcos, o "repórter do
tempo mau" que segue atemporal, encontram conteúdo alentador em www.pliniomarcos.com.
RETRATOS BRASILEIROS. Quando:
hoje, às 10h30, no Canal Brasil
Um que todos amam odiar
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Tieta do Agreste" (TNT,
22h) é o filme que todos
amam odiar. Por quê? Em
boa parte porque não parece com a novela, e o hábito
da novela é tão forte que
condiciona parte bem razoável do cinema nacional.
"Tieta" joga com a televisão, na verdade, desde que
traz a celebridade Sonia
Braga como a velha dama
indigna que volta à sua cidade, isso no momento em
que Sonia voltava ao Brasil
após temporada hollywoodiana. E joga com certos
atores da TV (como Chico
Anysio), usados mesmo como personalidades, mais
do que como atores.
Cacá Diegues, diga-se o
que disser, não joga o jogo
do velho ilusionismo. E faz
sua Tieta desfilar por uma
cidade recém-pintadinha,
um cenário, como se fosse
um desfile de escola de
samba e o filme, apenas, um
samba-enredo.
FILMES
Meu Irmão, o Porco
Record, 12h.
(My Brother, the Pig). EUA, 99, 92 min.
Direção: Erik Fleming. Com Scarlet
Johansson, Judge Reinhold. Menino
insolente é transformado em porco
durante ausência dos pais. Quem paga o
pato é a irmã, que viaja até o México para
ver se ele volta ao normal antes que os
pais saibam do sucedido.
As Aventuras de Hubert, o Cão
Herdeiro
Globo, 15h35.
(The Duke). Canadá, 99, 88 min. Direção:
Philip Spink. Com James Doohan,
Courtnee Draper. No leito de morte,
duque bondoso deixa tudo que tem para
seu fiel cão Hubert. Infantil. Inédito.
Black Dog - Estrada Alucinante
Record, 21h.
(Black Dog). EUA, 98, 89 min. Direção:
Kevin Hooks. Com Patrick Swayze, Randy
Travis. Ex-presidiário em dificuldade
pega trabalho que consiste em levar
encomenda de uma cidade a outra.
Problemas: o caminhão está cheio de
armas ilegais, e o FBI está de olho.
O Grinch
Globo, 22h05.
(Dr. Seuss" How the Grinch Stole the
Christmas). EUA, 2000, 105 min. Direção:
Ron Howard. Com Jim Carrey, Jeffrey
Tambor. Jim Carrey é o Grinch, criatura
que odeia o Natal a tal ponto que decide
roubar dos habitantes de uma cidade
tudo que se refira à data festiva. Está
longe de ser o melhor Carrey. Inédito.
Loucuras de Verão
Globo, 2h20.
(American Graffiti). EUA, 73. Direção:
George Lucas. Com Richard Dreyfuss,
Ron Howard. O melhor filme de George
Lucas. No verão de 62, na Califórnia,
quatro amigos se preparam para se
despedir da juventude e seguir a vida
adulta. Filme da sessão "Intercine".
(IA)
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