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TELEVISÃO
Crítica
Sucesso empalidece humor dos Farrelly
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não é à toa que o francês Eric
Rohmer considera o sucesso a
pior prisão.
Parece ser o caso, hoje, dos irmãos Bobby e Peter Farrelly,
que arejaram o humor do cinema no fim do século com filmes
como "Débi e Loide", produziram gags visuais realmente memoráveis e lançaram a carreira
de bons atores.
Ao cruzar o século, porém,
são tantos os filmes que fazem
que sua inventividade parece
declinar de maneira acentuada.
A maior evidência disso se
chama "O Amor É Cego" (FX,
22h; 12 anos), em que trabalham com Jack Black e
Gwyneth Paltrow, a estrelona.
Ele é um rapaz sem talento
para pegar garotas. Mas uma
bonitona acaba se apaixonando
por ele. Saberemos em seguida
que ela não é bem aquilo que
ele vê. O provérbio do filme seria "quem ama o feio bonito lhe
parece".
Mas a maldade implícita no
ditado é excluída: no filme da
dupla, o amor realmente produz beleza.
Pode ser até verdadeiro, mas
só serve para criar um humor
meio empalidecido.
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