São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 2001

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ROCK MANIA

RESSACA
Os próximos dois dias serão de muito trabalho na Cidade do Rock. Depois de cair na esbórnia na madrugada de segunda em festa só para eles, tão logo foi esvaziado o local, os funcionários tiveram um dia de folga e encaram a partir de hoje a pós-produção -que envolve a devolução de equipamento locado (como luz e som) e a desmontagem da parte "perecível" da estrutura, caso das lonas. O esqueleto dos palcos e tendas deve ficar lá, à espera do próximo evento, mas com manutenção permanente. Medina tem "xodó" pela "ex-grama", que quer preservar.

BOM VELHINHO
O bom velhinho Rob Halford, metaleiro "atachado" de caricatura, surpreendeu os responsáveis pela montagem de palco quando um de seus produtores foi à beira dele levando debaixo do braço um aparelho enigmático. Era um teleprompter -aquela engenhoca que passa as legendas para os apresentadores de TV fingirem que estão falando tudo "de cabeça". Halford anda meio mal da memória (de tanto bater cabeça?) e precisa ler as letras para não dar vexame. Ainda bem que a visão ainda ajuda -mas daqui a pouco, de tanto se curvar, quem pode bater à porta é o reumatismo, a gota...

APARECIDA
Ia começar o show dos Red Hot Chili Peppers, e a atriz Maria Maya, filha do diretor global Wolf Maya, entrou correndo na sala vip com um amigo, ambos em figurinos clubber dos pés à cabeça. Ao perceber que os flashes fotográficos não estouraram, Maria disse ao amigo: "Vamos de novo, a gente veio muito depressa". Deram meia-volta, retornaram à entrada da tenda e fizeram tudo de novo.

PAZ
Tenda-mãe do festival, a Tenda Raízes foi uma grande surpresa, sob vários aspectos. Bem recebida por abrigar uma das poucas áreas de sombra no Saara jacarepaguense da Cidade do Rock, ofereceu suas arquibancadas em formato de semi-arena como dormitório, refeitório, ponto de encontro, sala de espera de pais e avós (especialmente na noite teen) e espaço privilegiado para a descoberta. Não foram poucos os shows que inflamaram a platéia, seja de que parte do globo viesse, ainda que a maior parte do público não fizesse a menor idéia do que era -certamente, seu mais duro teste. Houve dias cruéis (como na apresentação de René Lacaille, às moscas pela trombada com Aaron Carter no Palco Mundo) e momentos gloriosos (caso dos shows de Thierry Robin, da França, Henri Dikongué, de Camarões, e, especialmente, Touré-Touré, do Senegal). Muito além dos preconceitos, foi o espaço da tolerância e do conhecimento -uma das tentativas mais acertadas de traduzir em música o (di)lema do festival.



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